Quarta, 08 Mai 2024

Prévia de relatório da ONU lança preocupação sobre prisões em massa no Brasil

Um informe do relatório formulado pelo Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária das Nações Unidas (GTDA/ONU) alerta para o alto número de detenções no Brasil e para a dificuldade de acesso dos presos à assistência jurídica. O relatório vai ser lançado para discussão em 8 de setembro deste ano, durante reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Genebra, na Suíça. 
 
Os membros do grupo de trabalho visitaram prisões brasileiras entre os dias 18 e 28 de março de 2013 e se mostraram seriamente preocupados com o uso excessivo de privação de liberdade no País. O grupo constatou que dos 550 mil presos do País, cerca de 217 mil detidos aguardavam julgamento em prisão preventiva.
 
O GT salientou, após as visitas, que a privação de liberdade estava sendo usada como primeiro recurso, em vez de último, como exigido por normas internacionais de direitos humanos. O Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo, só perdendo em termos de número de presos para os Estados Unidos, a China e a Rússia.
 
O informe do grupo salienta que presos em detenções provisórias estavam aguardando há meses e, em alguns casos anos, pela sentença judicial. 
 
Na última quinta-feira (24) a Coordenação Nacional de Acompanhamento do Sistema Carcerário do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (COASC), com apoio da Comissão de Política Criminal e Penitenciária da seccional capixaba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES) realizou uma inspeção no Centro de Triagem masculino e Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF), dentro do Complexo Penitenciário de Viana e constataram situações parecidas com o informe do grupo de trabalho da ONU, mostrando que a realidade no Estado não é diferente da nacional. 
 
Os membros da COASC e da comissão da OAB-ES concluíram que o Estado precisa aumentar e melhorar a assistência jurídica aos presos. Eles se depararam com diversos casos de pessoas que deveriam estar cumprindo pena em liberdade provisória condicionada a algumas imposições. 
 
O presidente da COASC, Adilson Rocha declarou que a preocupação do Estado é de prender e manter o indivíduo preso. “Não há respeito às regras mínimas estabelecidas pela Lei de Execução Penal (LEP) e até pelas regras da Organização das Nações Unidas (ONU). A única coisa que tem de bom no sistema do Espírito Santo é o ambiente físico, que estava mais limpo e possui mais espaço do que em outros estados”, disse.    
 
O advogado Márcio Vitor Meyer de Albuquerque, membro da COASC, apontou que, no caso do Centro de Triagem, o que era para ser m local de seleção de presos, onde eles devem passar um tempo mínimo para ir para o seu local dentro de uma individualização da própria pena foi constatado que havia uma verdadeira mistura de presos por grau de crime. O grupo encontrou presos que estavam no local há mais de 90 dias. 

Veja mais notícias sobre Direitos.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Quarta, 08 Mai 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/