Quinta, 25 Abril 2024

Servidores municipais de Conceição da Barra cobram reajuste salarial

Os servidores públicos do município de Conceição da Barra (norte do Estado) vêm se mobilizando na busca por reajustes salariais, mas esbarram no medo de retaliações, como demissão ou retirada de benefícios. Depois dos professores da rede municipal passarem por um longo período de protestos, os servidores da área administrativa e da saúde iniciam as mobilizações. 
 
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Conceição da Barra (Sindisbarra), Jovane Clarindo, durante os dois meses de protestos dos professores a rodovia BR-101, que corta o município, foi fechada duas vezes e servido até mesmo um sopão em frente à prefeitura comandada pelo tucano Jorge Donati. Em resposta aos protestos, a prefeitura ameaçou cortar o ponto dos professores – e cumpriu a ameaça em alguns casos –, mas o sindicato aguarda que a decisão de corte no ponto seja revertida.
 
Jovane conta, ainda, que durante o processo de mobilização dos professores, a categoria só se sentiu protegida depois do apoio dos vereadores Carlinhos do Sindicato (PT), Nildécia Oliveira (PDT) e Hermes da Conceição (PSB). Após o movimento dos trabalhadores, a então secretaria de Educação do município, Adélia Augusta de Mattos Pereira Marchiori, que também é a vice-prefeita, foi afastada do cargo de secretária. No lugar dela assumiu o professor Wagner Tonon. 
 
Embora oficialmente a alegação da saída dela seja para a dedicação total ao cargo de vice-prefeita, nos bastidores comenta-se que o desgaste de Adélia à frente da pasta já viria de bastante tempo e que ela era defensora da aplicação efetiva do piso nacional.  
 
O sindicalista também salienta que os professores cobram a implementação do piso salarial nacional da categoria, que não é praticado integralmente pela prefeitura. O movimento de reivindicação foi suspenso há duas semanas, depois de uma negociação com a prefeitura. 
 
Depois dos professores, os servidores das áreas administrativa e da saúde iniciaram o movimento de reivindicação. Jovane conta que o setor administrativo é mais difícil de mobilizar, já que muitos dos servidores também ocupam cargos comissionados e de confiança na administração e temem sofrer represálias por parte do prefeito Jorge Donati (PSDB), como a perda dos cargos, por conta das reivindicações. 
 
Os servidores cobram, além do reajuste salarial, tíquete alimentação no valor de R$ 150 e realinhamento das carreiras. Jovane afirma que protocolou na prefeitura um pedido de revisão da tabela salarial, com vencimento nesta terça-feira (4). Ele acrescenta que, caso não haja resposta, uma assembleia para a discussão da tabela será marcada, mas a adesão dos servidores é baixa pelo medo de perda dos cargos. “Atualmente a máquina conta com 1,4 mil servidores, sendo cerca de 400 sindicalizados, mas nas assembleias aparecem, no máximo, 100 servidores, por conta do medo de retaliação”, diz o sindicalista.        

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