'Solidariedade tem que ser a marca do Grito dos Excluídos'
O 26º Grito dos Excluídos ganhou um novo formato devido à pandemia da Covid-19. No lugar da tradicional marcha pelas ruas, para evitar aglomerações serão realizadas uma celebração virtual e uma campanha de doação de alimentos e produtos de higiene. "Em período de pandemia aumentou a fome, o empobrecimento. A solidariedade tem que ser a marca do Grito", diz Giovanni Lívio, um dos integrantes da equipe de organização.
As doações devem ser entregues nas paróquias e comunidades, de onde serão encaminhadas ao Vicariato para Ação Social, Política e Ecumênica da Arquidiocese de Vitória, que as fará chegar até as famílias carentes. Um dos parceiros da campanha de arrecadação é o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que além de doar produtos cultivados pelos agricultores do Movimento, também irá arrecadar doações.A celebração, que acontecerá no dia sete de setembro, às 8h, no Convento da Penha, será inter-religiosa. Estão sendo convidados para participar fieis das igrejas católica, protestante e de religiões de matriz africana. "O Grito não pertence a uma Igreja, apesar de ser puxado pelas pastorais. Tem que trazer toda a população, tem que juntar as forças, as vozes", diz Giovanni. A celebração não será aberta ao público, sendo transmitida pelas redes sociais do Convento da Penha.
Para um aquecimento rumo ao Grito, as pastorais, sindicatos e movimentos sociais elaborarão vídeos de um a três minutos respondendo a seguinte pergunta: "qual é seu grito neste sete de setembro?".
"Vida em primeiro lugar"
Este ano o tema do Grito é "Vida em Primeiro Lugar", e o lema, "Basta de Miséria, Preconceito e Repressão! Queremos Trabalho, Terra, Teto e Participação". A organização do evento é composta pelo Fórum Igrejas e Sociedade em Ação, Comitê Popular de Proteção aos Direitos Humanos no Contexto da Covid-19 e Fórum Capixaba em Defesa da Vida das Trabalhadoras e Trabalhadores.
Giovanni destaca que o lema faz referência à frase "Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos", do Papa Francisco. "É a forma de motivar o debate sobre a necessidade de que todos participem de igual maneira da distribuição das riquezas", ressalta.
Realizado nacionalmente desde 1995 por movimento religiosos e sociais, o Grito dos Excluídos acontece como forma de se contrapor às comemorações oficiais da Independência do Brasil, apontando para os problemas sociais e ambientais que persistem no País.
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