Segunda, 29 Abril 2024

Trabalho escravo: dois empregadores do Estado são incluídos em Lista Suja

O cadastro de empregadores flagrados explorando mão de obra análoga à escrava do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), conhecido como Lista Suja, foi atualizado nessa sexta-feira (28). A lista incluiu o nome de um produtor rural do Estado e da Infinity Itaúnas Agrícola S/A (Infisa), reinserida por decisão judicial. 
 
No caso da Infisa, o Ministério Público Federal no Estado (MPF-ES) denunciou dois empregados da empresa por terem submetidos trabalhadores rurais a condições análogas à de escravos no município de Conceição da Barra (norte do Estado). Além dos dois empregados, outras cinco pessoas também foram denunciadas pelo descumprimento de leis trabalhistas em julho de 2012. 
 
Os empregados da Infisa Claudemir Fogues e Fernando Antônio Saraiva Rodrigues foram denunciados por serem responsáveis pelas áreas de saúde e segurança da empresa e não terem tomado providências para que os trabalhadores tivessem condições dignas de trabalho. Os trabalhadores explorados foram trazidos dos estados de Pernambuco e Alagoas para trabalharem no corte de cana-de-açúcar em 2008. No momento da inspeção, os auditores do trabalho verificaram que as condições de trabalho e alojamento dos trabalhadores eram degradantes.
 
Os outros denunciados foram Paulo Donisete Bernardo, Otacílio Liandro de Souza, Mozart Gonçalves Cavalcanti, Juarez Machado Chaves e José Roberto Dutra da Silva, responsáveis pela intermediação na contratação dos trabalhadores. A Infinity já havia sido incluída na Lista Suja em 31 de dezembro de 2010, sendo retirada em fevereiro de 2011, por decisão liminar. 
 
A outra inclusão na Lista Suja é do produtor rural Marcus Vinicius Duarte Carneiro, da Fazenda Jurema, na zona rural de Linhares (norte do Estado), de cultivo de cacau. 
 
Além dos dois novos nomes, permanece na lista o Complexo Agroindustrial Pindobas Ltda, de propriedade do deputado federal Camilo Cola (PMDB), localizada em Brejetuba, no sul do Estado. Da fazenda Pindobas IV foram libertados 22 trabalhadores que faziam o corte e tombamento de pinus. 
 
Eles foram aliciados no município de Ipanema, no interior de Minas Gerais, e conduzidos à fazenda com intermediários, conhecidos popularmente como “gatos”. As carteiras de trabalho deles ficaram retidas em Minas Gerais e a situação de todos estava irregular. Os alojamentos dos trabalhadores também eram muito precários, sujeitando-os a uma situação extremamente degradante e os salários chegavam a ficar 45 dias atrasados. Dentre os trabalhadores, havia acidentados e pessoas com transtornos mentais.
 
O nome de Antônio Carlos Martin, conhecido como Toninho Mamão, também permanece na Lista Suja. O produtor rural faleceu em 2012 e havia sido denunciado pelo MPF em 2009, junto com o lavrador Nelson Pinheiro dos Santos, por aliciar trabalhadores e submeter 77 deles à condição análoga à de escravos numa lavoura de café na fazenda Nova Fronteira, em São Mateus, no norte do Estado. 
 
Também continuam na Lista Suja os produtores rurais Luiz Carlos Brioschi e Osmar Briochi, da Fazenda Barra Seca, em Jaguaré, norte do Estado; Marcelo Krohling, do Sítio Novo Mundo/Araponga, em Marechal Floriano, na região serrana, e Peris Vieira de Gouvêa, da Fazendo Jeruralém em Alegre, no sul do Estado.
  

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