Quinta, 25 Abril 2024

Nova secretária da Fazenda dá aval para anulação de empenhos da gestão passada

Nova secretária da Fazenda dá aval para anulação de empenhos da gestão passada

Em nova medida para contenção de gastos, a secretária da Fazenda, Ana Paula Vescovi, autorizou a possibilidade de anulação dos empenhos (reserva de verbas no orçamento) de despesas não-liquidadas, ou seja, aqueles serviços que não foram entregues até o final de 2014. De acordo com a Portaria nº 01-R, publicada na edição desta quarta-feira (7) do Diário Oficial do Estado, somente poderão ser inscritos em restos a pagar – quando a dívida sai de um exercício financeiro para o seguinte – nos casos em que os serviços e materiais já tinham sido prestados ou entregues.



Apesar disso, o ato limita a possibilidade de inscrição das dívidas como restos a pagar até o limite da disponibilidade financeira no exercício anterior. Desta forma, as eventuais despesas que tenham extrapolado o orçamento passado ou não tenham correspondência financeira, não serão pagas, mesmo que os fornecedores tenham prestado o serviço. No entanto, o governo estadual não confirma a possibilidade de um eventual calote com a mudança de gestão.



A portaria também prevê a aplicação da mesma regra para as despesas com manutenção e desenvolvimento da educação básica, valorização dos profissionais da educação, bem como de ações e serviços de saúde. Nestas áreas, só poderão ser inscritos como restos a pagar aquelas dívidas com lastro financeiro em caixa. O restante dos empenhos por serviços e produtos não entregues deverão ser anulados.



Essa regra é importante, já que somente os gastos devidamente pagos (mesmo com restos a pagar) valem para a apuração dos limites constitucionais. A legislação obriga a aplicação de 25%, no mínimo, da receita de impostos na área da educação, enquanto o percentual mínimo para destinação à saúde pública é de 12% da arrecadação. O cumprimento dos limites é observado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) na análise da prestação de contas do exercício.



A medida faz parte do pacote de ações da nova gestão com o objetivo de enxugar os gastos da máquina pública. Entre as providências anunciadas pelo governador Paulo Hartung e sua equipe econômica, estão a suspensão: da assinatura de novos contratos de consultoria, locação de móveis e veículos; celebração de aditivos em obras e serviços de engenharia; licitações para obras e parcerias público-privado (PPPs); participação de servidores em eventos; reestruturação de planos de cargos e salários no funcionalismo público; e a realização de eventos, incluindo a contratação de serviços de coffee break.



Também foram afetadas pelas medidas de austeridade da nova gestão, a proibição da realização de concursos públicos durante o ano de 2015. Com exceção da realização de novas licitações, cujo prazo inicial de suspensão é de 60 dias, as outras medidas não têm prazo de validade. Além disso, o governo também determinou aos titulares de cada pasta a reduzir, no mínimo, 20% no quadro de servidores comissionados, em designação temporária (DTs), bem como nas despesas com passagens aéreas, combustíveis e gastos com telefonia. 

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