Quinta, 25 Abril 2024

'Queremos o mínimo de segurança para trabalhar', cobra professora do Ifes

ifes_vitoria_divulgacao Divulgação/Ifes
Divulgação/Ifes

Professores do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) cobram estratégias sanitárias mais firmes no retorno às atividades presenciais. Com a nova onda da Covid-19 no Estado e em todo o Brasil, os servidores reivindicam a adoção de medidas como a exigência do passaporte vacinal, a distribuição de máscaras para alunos e professores, e a desburocratização dos afastamentos de pessoas contaminadas. "Queremos o mínimo de segurança para trabalhar", declara uma educadora da instituição.

A profissional, que preferiu não se identificar, conta que o passaporte da vacina, documento que comprova a imunização e já tem sido exigido para entrada em várias instituições, ainda não é uma exigência nos campis. "A reitoria precisa estabelecer determinadas normas para que todos os institutos sigam. Precisamos de uma direção do órgão central. É necessário entender que ainda estamos em uma pandemia", afirma.

Justamente em razão da pandemia, os campis estão seguindo calendários diferentes para o retorno às aulas. No campus de Vitória, as atividades presenciais foram suspensas no dia 24 de janeiro, devido ao aumento do número de servidores contaminados pela Covid-19. As atividades foram retomadas nessa segunda-feira (31).

A instituição informou que a suspensão provisória era necessária para recompor as equipes de trabalho, mas a professora destaca que o aumento da contaminação de servidores e alunos não é exclusiva da unidade de ensino localizada na Capital. "Onde eu trabalho já tivemos 11 professores afastados e é uma média de quatro alunos afastados por dia. Está muito perigoso", aponta.

Para a servidora, em um contexto de aumento dos casos e avanço da pandemia, a distribuição de equipamentos de proteção, como as máscaras, é fundamental para conter o índice de contaminações. "Tenho colegas que receberam só cinco máscaras e não teve reposição, nem distribuição para os alunos (...) A gente quer o mínimo de segurança para trabalhar, porque é uma questão de saúde pública", enfatiza.

Sindicato de servidores se manifesta

As demandas apresentadas pela servidora também estão presentes em uma nota da direção do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica no Ifes (Sinasefe-Ifes). Além de cobrar estratégias sanitárias que garantam a segurança de servidores e alunos, o documento, divulgado na última sexta-feira (28), questiona a falta de direcionamentos mais centrais nessa quarta onda da Covid-19.

Por meio da Coordenadoria de Atenção à Saúde do Servidor (CASS), a reitoria do Ifes chegou a implementar um protocolo de retorno às atividades presenciais, com orientações para toda a comunidade escolar, mas os servidores pedem uma participação mais efetiva e menos protocolar no âmbito das escolas.

"Tem sido uma preocupação desta diretoria dentro do Ifes a morosidade das decisões, a falta de comando, de posicionamento político e de uma comunicação efetiva por parte de nossos gestores no enfrentamento desse contexto", aponta o sindicato.

No dia 24 de janeiro, a reitoria também publicou uma nota com orientações diante do aumento dos casos de Covid-19 e sintomas gripais, mas os servidores consideram o documento ambíguo, principalmente no que se refere aos afastamentos de casos suspeitos de Covid-19. Apesar de afirmar seguir as normativas da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que garante o afastamento compulsório mediante o teste positivo da Covid, o Ifes tem cobrado atestado médico ou o registro de Notificação Compulsória do e-SUS para ausência.

"Essa condição seria compreensível se as unidades de saúde de todo Estado estivessem disponibilizando atendimento médico e testagem de forma imediata. Mesmo dentro da Grande Vitória, existe uma enorme diferença de oferta de testagem e atendimento médico entre municípios vizinhos, situação que se agrava no interior", pontua o Sinasefe-Ifes.

Os servidores também pedem que o instituto avalie a possibilidade de implementação de sistemas de revezamento das jornadas, bem como o retorno às atividades remotas em setores que estão mais expostos ao contato com o público e que apresentem incidência repetida de casos.

"Todos estamos correndo risco, mas é preciso considerar que alguns setores podem estar ainda mais, devido à natureza de seu trabalho. Setores como os de protocolo, pedagógico, apoio ao educando, secretaria, biblioteca e assistência estudantil estão expostos a públicos diferentes e com uma circulação maior de pessoas", enfatiza.

Nesse contexto de risco, o sindicato acredita que a exigência do passaporte vacinal para servidores, estudantes, trabalhadores terceirizados, estagiários e para o público em geral é direito e um dever institucional.

"Somos um espaço coletivo e espaços coletivos exigem medidas focadas nos sujeitos e no coletivo. A vacinação é uma dessas estratégias e visa a preservação da vida de todos. Quanto mais pessoas imunizadas, menores as chances de propagação do vírus. Solicitar que as pessoas que frequentam nossas escolas apresentem comprovante do esquema vacinal completo estimula que a população busque a imunização contra a Covid-19. Além disso, o posicionamento político do Ifes por este passaporte consiste em um importante ato simbólico frente a toda afronta que a sociedade e os meios acadêmicos e científicos têm sofrido neste contexto", declara.

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