Domingo, 28 Abril 2024

'A Sedu tenta nos convencer a aceitar o que eles querem'

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As comunidades das Escolas Estaduais de Ensino Fundamental e Médio (EEEFMs) Teotônio Brandão Vilela, em Nova Rosa da Penha II, e Rosa Maria dos Reis, em Porto Bello, ambas de Cariacica, não saíram satisfeitas da reunião com representantes da Secretaria Estadual de Educação (Sedu), realizada nessa quinta-feira (23). Contrárias à municipalização das unidades de ensino, elas afirmam que a pasta não está aberta ao diálogo.

"A Sedu está simplesmente tentando convencer a gente a aceitar o que eles querem", diz o mecânico Wallassy Nascimento de Oliveira. Pai de um aluno do Teotônio Brandão Vilela, ele destaca que os representantes da Sedu disseram que a municipalização faz parte da reorganização das redes de ensino referentes ao Termo do Ajustamento da Gestão (TAG) do Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCES). "Não era obrigado a aderir ao TAG, porque o prefeito de Cariacica [Euclério Sampaio – MDB] aderiu?", questiona.

Wallassy informa que o Teotônio oferece ensino médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA). A reivindicação é que oferte também no ensino regular, pois os estudantes que terminam o 9º ano na Teotônio têm que ir para a EEEFM Saturnino Rangel Mauro, em Nova Rosa da Penha I, o que a comunidade considera perigoso devido ao conflito do tráfico entre os bairros. Com a municipalização, além de o pleito da comunidade não poder ser atendido, a turma de EJA será extinta.

A possibilidade de falta de vagas também é uma das queixas. Além dos estudantes de Nova Rosa da Penha I e do Teotônio, o Saturnino também é procurado por egressos do 9º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Almerinda Portela Colodette, em Vila Progresso. Diante da municipalização do Rosa Maria dos Reis, a unidade de ensino de Porto Belo não terá mais turmas de Ensino Médio. Portanto, uma das opções para eles será o Saturnino, aumentando a procura nessa escola.

Wallassy afirma que Nova Rosa da Penha II já passou pelo processo de municipalização, pois em 2019, a escola Zaíra Manhaes de Andrade foi municipalizada. De acordo com ele, a comunidade não aprovou a iniciativa e constata que a qualidade diminuiu, havendo, por exemplo, maior restrição da participação da comunidade no ambiente escolar. Isso acontece, segundo Wallassy, diante das dificuldades de marcar reunião com profissionais do colégio ou até mesmo conseguir marcar, mas a pessoa não aparecer.

Par ele, a municipalização irá causar evasão escolar. "Desse jeito, não vai ter nem aluno para chegar ao ensino médio. Eles vão encontrar tanta dificuldade no percurso, que vão desistir antes de chegar ao 9º ano", lamenta.

Além do Teotônio Brandão Vilela e da Rosa Maria dos Reis, a EEEFM Nossa Senhora Aparecida, em Oriente, também será municipalizada, mas a comunidade não participou da reunião na Sedu.

A educação em Cariacica passa, ainda, por um momento de fechamento de unidades. As Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) que irão fechar são a Adalberto Queiroz, em Moxuara, e Jones dos Santos Neves, em Boa Sorte. O Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Larissa Pereira Batista, em Bela Aurora, também será fechado. A EMEF Nilton Gomes, em Cruzeiro do Sul, será demolida para construção de uma nova infraestrutura. Por isso, os estudantes terão que procurar escolas de outros bairros, mas a comunidade reivindica que a prefeitura alugue um imóvel para funcionamento provisório da unidade de ensino

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