Terça, 19 Março 2024

Em artigo, Paulo Hartung destaca problemas da educação, mas esquece da própria gestão

O ex-governador Paulo Hartung (PMDB) publicou um artigo nesta segunda-feira (20), no jornal online Folha Vitória, em que comenta o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) na última semana. Mas ignora que a pior nota do ensino médio no País foi alcançada durante sua gestão, em 2009, e que o resultado ainda mais baixo registrado em 2011 é reflexo direto de anos de negligência ao setor, em período que também compreende aos anos em que ficou no poder, entre 2003 e 2010. 

 
Hartung, no artigo carente de dados, principalmente sobre a realidade do Estado, se limitou a generalizar a nota nacional do Ideb no ensino médio, que no Estado foi 3,6, sendo que a nota de 2009, ano anterior de aferição, foi 3,8, a pior do País. 
 
Já em 2009, em pleno exercício do mandato de Hartung, o ensino do Estado estava na retaguarda dos números nacionais. O ex-governador, no artigo, fala de capacitar mão de obra e valorizar a carreira de professor, mas foi no período do ex-governador que a categoria acumulou as maiores perdas.
 
Durante o período do governo Paulo Hartung foi implantada a remuneração por subsídio, tipo que foi combatido pela categoria por contribuir para a perda de direitos dos professores. Também na gestão de Hartung foi implantado o bônus-desempenho, que foi considerado pelos professores como tratar educação como mercadoria. O bônus é atrelado à presença do professor na sala de aula, ou seja, mesmo que o professor precise de licenças médicas ou tire os seis abonos anuais a que tem direito, se sente coagido a permanecer em sala de aula para ter direito ao benefício. 
 
Além disso, condicionar bonificação ao desempenho do aluno desconsidera diversos outros fatores que contribuem para o aprendizado, corroborando com a ideia de mercantilização da educação. 
 
Além do achatamento na remuneração e desvalorização da carreira, também foi no governo Hartung que o Estado atingiu a marca de 9 mil professores em designação temporária, número inferior somente ao do Estado do Piauí. Estes professores não têm qualquer estabilidade na carreira e os alunos sofrem com a falta de continuidade do trabalho por conta da rotatividade dos professores. 
 
A falta de valorização dos professores também passa pelo aumento na carga horária, implantado no governo Paulo Hartung, com Haroldo Corrêa Rocha (hoje candidato a vice-prefeito de Vitória na chapa de Luiz Paulo Vellozo Lucas) à frente da Secretaria de Estado da Educação (Sedu). Durante a gestão do então secretário, a carga horária dos professores aumentou, o que acabou por suprimir o tempo de almoço da categoria. 

Veja mais notícias sobre Educação.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Terça, 19 Março 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/