Terça, 23 Abril 2024

Entidade reivindica medidas em defesa da saúde mental dos professores da Ufes

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Fadiga mental, adoecimento psíquico e problemas ergonômicos. Esses foram alguns dos problemas relatados por professores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) em uma pesquisa realizada pela Associação dos Docentes da Universidade (Adufes), que avaliou a saúde mental durante o ensino remoto. A entidade cobra a adoção de medidas efetivas para combater o adoecimento psíquico de professores, uma realidade que se acentuou em todo o país durante a pandemia do coronavírus.

A pesquisa, realizada pela Comissão de Acompanhamento ao Trabalho/Ensino Remoto na Ufes, foi respondida por 642 professores. Entre os entrevistados, 63% indicaram fadiga mental e 45% sinalizaram adoecimento psíquico durante o ensino remoto.

A Adufes cobra que a Universidade adote medidas concretas para combater o cenário de esgotamento mental causado pelas condições de trabalho durante a pandemia. A entidade também ressalta a importância da utilização de ferramentas para monitorar a situação dos professores.

"A Ufes não tem levantamento algum sobre o adoecimento psíquico das pessoas que trabalham e estudam na universidade. Parte considerável delas está adoecida e sobre outra grande parte não existem dados. É preciso ouvir as pessoas e saber o que as afeta, para que práticas sejam revistas e as atividades possam continuar com respeito a quem faz com que elas aconteçam", diz uma nota publicada pela entidade nesse domingo (10).

As respostas ao questionário também indicam que a pandemia tem provocado uma rotina de trabalho excessiva. Durante a pesquisa, 48% dos participantes informaram que trabalham diariamente, em média de 8h a 10 horas, enquanto 30% mais de 10 horas diariamente. Além disso, 20% disseram que trabalham, em média, até 8 horas diariamente.

Uma das pautas levantadas pela Adufes nos últimos meses é a necessidade de se garantir um recesso de, no mínimo, 30 dias para os professores entre os semestres de aula, tendo em vista que os atrasos provocados no calendário acadêmico durante a pandemia encurtaram os recessos entre os períodos letivos. O semestre 2021/1 foi encerrado nesse sábado (9) e o próximo já começa no dia 3 de novembro. Para os professores, entretanto, o descanso é de apenas 12 dias, já que, após o fim das aulas, os docentes ainda ficam responsáveis por outras atividades, como o período de provas finais e lançamento de notas.

A entidade também tem cobrado assistência técnica durante o ensino remoto. Durante a pesquisa, 95,38% dos docentes afirmaram que a infraestrutura utilizada para as atividades remotas foi providenciada por eles mesmos. Em maio deste ano, a Adufes chegou a protocolar um ofício solicitando o ressarcimento de despesas com infraestrutura e equipamentos adequados.

Desgaste pandêmico

Os problemas identificados na pesquisa da Adufes não se restringem ao Espírito Santo, nem ao ensino superior. Em uma pesquisa realizada pelo instituto Nova Escola com professores de várias partes do Brasil, 72% dos entrevistados afirmaram que tiveram a saúde mental afetada durante a pandemia, tendo como os principais problemas a ansiedade, o estresse e a depressão.

No Espírito Santo, a Adufes instituiu a Comissão de Acompanhamento ao Trabalho/Ensino Remoto na Ufes após a implementação do Ensino-Aprendizagem Remoto Temporário e Emergencial (Earte), em agosto de 2020, com o objetivo de verificar as necessidades dos docentes durante as atividades remotas na pandemia.

A partir dos relatos dos professores, um dos problemas identificados ao longo desses meses é a tentativa de transferência de todas as atividades que eram realizadas de forma presencial para o ensino remoto, o que é considerado impossível.

"Depoimentos dos docentes indicam que o acúmulo de tarefas tem levado centenas à exaustão, no momento mais grave que atravessa a humanidade nos últimos 100 anos: a pandemia da Covid-19. Neste contexto, os gestores da universidade a todo custo tentam forjar um 'novo normal", diz a Adufes.

Em uma publicação feita nesse domingo (10), Dia Mundial da Saúde Mental, a Adufes reivindica que a Reitoria da Universidade dê atenção aos dados levantados pela pesquisa realizada.

"A partir disso, é preciso construir, junto com a comunidade acadêmica, políticas efetivas capazes de enfrentar o problema que também é sentido entre estudantes e trabalhadores técnico-administrativos, que relatam as dificuldades enfrentadas no dia a dia", ressaltou.

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Comentários: 3

Seu Madruga em Quarta, 13 Outubro 2021 09:56

É só deixar de ser esquerdista que já começa a cura, apesar dessa doença ser bem difícil de cura pois deixa as pessoas incapazes de raciocínio.

É só deixar de ser esquerdista que já começa a cura, apesar dessa doença ser bem difícil de cura pois deixa as pessoas incapazes de raciocínio.
VINICIUS em Terça, 19 Outubro 2021 21:51

Você precisa deixar de ser burro, fascista. Quer viver em ditatura, totalitarismo, vai morar numa petromonarquia ditatorial e teocrática...

Você precisa deixar de ser burro, fascista. Quer viver em ditatura, totalitarismo, vai morar numa petromonarquia ditatorial e teocrática...
Vinicius em Terça, 19 Outubro 2021 21:50

Imagine os professores da educação básica, heim?! Andando de transcol, lecionando em duas redes/cadeiras e em duas, três ou quatro escolas, em média...

Imagine os professores da educação básica, heim?! Andando de transcol, lecionando em duas redes/cadeiras e em duas, três ou quatro escolas, em média...
Visitante
Quarta, 24 Abril 2024

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