Estudantes da Ufes reagem a cortes com manifestação na Fernando Ferrari
Os estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) realizaram um protesto no campus de Goiabeiras, em Vitória, no final da tarde desta quinta-feira (8). A iniciativa foi uma reação ao não pagamento de bolsas e auxílios neste mês de dezembro, devido a mais cortes orçamentários realizados pelo governo Jair Bolsonaro (PL). Os alunos chegaram a ocupar uma faixa da Avenida Fernando Ferrari por alguns minutos. Durante o dia, também foram promovidos piquetes em todos os campi e rodas de conversa.
Durante o protesto, que foi dentro do campus, os estudantes estavam munidos de cartazes, alguns deles com frases como "Devolvam as nossas bolsas", "Educação não é gasto, é investimento" e "Me armo de livros e me livro de armas", esta última, uma crítica ao incentivo do presidente da República ao armamentismo em detrimento do investimento na educação pública. Os cartazes foram feitos em oficinas que fizeram parte da programação das manifestações desta quinta-feira.
O anúncio do não pagamento das bolsas e auxílios foi feito nessa terça-feira (6) pelo reitor Paulo Vargas, durante a reunião do Conselho Universitário (CUN). Por meio do Decreto 11.269/2022, houve um bloqueio orçamentário que comprometeu, no caso da Ufes, cerca de R$ 6 milhões do orçamento, atingindo todas as formas de bolsa e auxílio dentro da universidade, como as de monitoria, pesquisa, pós-graduação, extensão e assistência estudantil. Somente nessa última, são 4,4 mil estudantes cadastrados no Programa de Assistência Estudantil, que recebem auxílios como os de moradia, transporte e material. A falta de recursos pode comprometer também o pagamento de contratos de serviços terceirizados, como os de manutenção e limpeza.
Na manhã desta quinta, os estudantes fizeram piquetes nas entradas dos campi para dialogar com a comunidade universitária. Durante o dia, também foram realizadas rodas de conversa.
Além dos bloqueios orçamentários, um dos temas debatidos foi a Portaria n º 2117, de 6 de dezembro de 2019, do Ministério da Educação (MEC), que prevê a implantação de Educação à Distância (EaD), com até 40% da carga horária dos cursos presenciais. A possibilidade de implementação dessa portaria tem sido debatida na Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufes.
Nesta quinta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, deu prazo de 72 horas para o governo federal apresentar informações sobre o bloqueio de recursos. A representação foi feita pela União Nacional dos Estudantes (UNE), pela Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG) e pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), que argumentam que a suspensão do pagamento das bolsas viola os direitos adquiridos dos estudantes.
Estudantes da Ufes protestam contra não pagamento de bolsas e auxílios
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