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Greve em Muniz Freire: prefeitura segue sem dialogar com professores

Categoria convoca outras manifestações para esta semana contra gestão de Dito Silva

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Mesmo com o início da greve e a realização de uma manifestação pelos professores em Designação Temporária (DTs) na manhã desta segunda-feira (26), o prefeito de Muniz Freire, Dito Silva (PSB), não abriu diálogo com a categoria, que se prepara para novos protestos. Um ato será realizado nesta terça-feira (27) e outro na quarta (28).

A manifestação desta segunda foi em frente à prefeitura, com os trabalhadores portando cartazes e vestidos de preto. “Os professores aderiram, foi positivo por causa disso, e teve apoio dos pais. Muitos ficaram na rua assistindo a manifestação e dando apoio. Mas o negativo foi da parte da prefeitura, pois não deram nenhum retorno”, avaliam trabalhadores que preferiram não se identificar, por temerem represálias.

Divulgação

O protesto desta terça-feira, afirmam, será silenciosa, “representando o que a prefeitura está fazendo com a gente”. Os professores irão sentar-se em frente à sede do Executivo, sem fazer barulho, apenas portanto cartazes escritos “estamos de luto”.

Na quarta, os professores da rede municipal de ensino de Muniz Freire sairão da praça do Centro da cidade rumo à Câmara Municipal para participar da sessão, que começa às 18h. “Nós vamos pedir o apoio dos vereadores, pedir espaço de fala, para atingir mais pessoas, pois a sessão é gravada”, afirmam.

Na greve iniciada nesta segunda-feira, os trabalhadores deram início a uma “operação tartaruga”, ou seja, 50% da carga horária será para as atividades do trabalho e outros 50% para mobilizações do movimento grevista, que tem como principal pauta o pagamento do piso salarial.

De acordo com os trabalhadores, há um déficit grande no salário dos docentes se comparado ao piso salarial nacional, que é de R$ 4,8 mil para a rede pública de todo o país para a jornada de 40 horas semanais, portanto, R$ 3.042,35 para a de 25 horas. A gestão do prefeito Dito Silva (PSB), no entanto, paga R$ 2,5 mil.

Outra reivindicação é constar no contracheque os valores pagos para auxílio transporte. O pagamento do benefício estava atrasado há cerca de 10 meses, mas foi colocado em dia depois da assembleia do último dia 14, na qual os professores deliberaram pela greve de segunda-feira. Contudo, o pagamento foi feito via Pix, o que impossibilita aos trabalhadores identificar a quais meses correspondem.

Além disso, segundo os professores, há trabalhadores que percorrem a mesma distância para trabalhar, mas receberam valores diferentes. O auxílio-transporte é previsto na Lei nº 1715/2004, que institui o Estatuto do Profissionais do Magistério Público Municipal de Muniz Freire. No artigo nº 67, a legislação prevê que, além dos vencimentos e das vantagens previstas no Estatuto dos Servidores Públicos do Município de Muniz Freire, os profissionais do magistério poderão usufruir de outras vantagens, entre elas, o benefício.

De acordo com a legislação, “será pago considerando a distância em quilômetros do local de residência do servidor à escola municipal onde presta seus serviços, e seu valor será fixado por quilômetro de distância, através de decreto do prefeito no início de cada exercício, e modificado sempre que ocorrer modificação no preço de passagens, ou de combustível tomados como base para a citada fixação, nos termos da Lei Municipal n° 1.623/2001, de 12/12/2001”.

Os trabalhadores também reivindicam vale-alimentação, já que os efetivos, comissionados e trabalhadores DTs de outras áreas recebem um valor de R$ 500,00, menos os DTs do magistério. Em março último, os docentes ameaçaram deflagrar greve, mas desistiram após uma reunião na Câmara Municipal, com a presença de todos vereadores. O presidente da Casa de Leis, Guri (MDB), propôs que o legislativo intermediasse um diálogo com o prefeito.

Durante a reunião na Câmara, os docentes demonstraram insatisfação com outras questões, como a falta de merenda escolar. De acordo com eles, nas escolas da zona rural isso acontecia constantemente, fazendo com que os professores levassem de casa seus próprios alimentos para preparar a merenda. O problema foi resolvido somente após a assembleia do dia 14 de maio. Os trabalhadores relataram, ainda, falta de insumos, como papel chamex, o que permanece sem solução.

Os docentes chegaram a fazer uma manifestação no dia 17 de março, em frente à prefeitura. Queriam diálogo com Dito Silva, mas não conseguiram. Eles se queixaram de que, depois  disso, não foram procurados pelo gestor nem pelo secretário de Educação, Joanes de Castro Pereira Boim. Dito Silva também não tem respondido aos e-mails e mensagens de WhatsApp enviadas pelos servidores.

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