Discurso de vereador pode motivar agressões a professores, alerta Sindiupes
O Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Estado (Sindiupes) reagiu ao pronunciamento do vereador de Vitória, Gilvan da Federal (Patriota), que na sessão dessa terça-feira (2) exibiu um vídeo no qual uma professora da rede municipal de ensino aborda em sua aula a temática do chamado pronome neutro. A atitude, de acordo com o vereador, que solicitou aos pais que denunciem casos semelhantes, parte de "militantes que se dizem professores". O Sindiupes ressalta que a medida pode estimular casos de agressão a docentes.
O pronome neutro tem sido utilizado para se referir às pessoas, independentemente do gênero, a exemplo de todes, em vez de todas ou todos. Gilvan da Federal protestou, tratando como uma "pauta feminista e LGBT, com o objetivo de fazer com que as pessoas tenham que se curvar diante de uma minoria da população, que não se sente homem nem mulher". E prosseguiu: "Respeito o que o adulto quer ser, se quer se apaixonar por uma árvore, problema é dele. Agora, doutrinar criança e os pais permitirem, aí não dá", disse.
O presidente da Câmara, Davi Esmael (PSD), apontou que é preciso se preocupar com o que é ensinado nas escolas. "É papel desta Casa, a não ser que apaguemos a função de fiscalizar", corroborou. A fala dele foi uma resposta à vereadora Camila Valadão (Psol), que disse que o retorno às aulas em meio à pandemia e a vacinação imediata é que deveriam ser "objeto de debate mais intenso na casa". Para ela, "o que se afirma ser ideologia, é uma tentativa de silenciar determinados avanços e pautas".
Karla Coser (PT) também contestou a afirmação de que há um ataque às famílias por parte de professores, conforme afirma Gilvan da Federal. Ela defende que a iniciativa da professora que deu aula sobre pronome neutro protege crianças e adolescentes que são discriminadas por causa de sua orientação sexual.
Ainda sobre o debate a respeito da família, Camila Valadão questionou de qual família se está falando. "Há várias famílias na composição brasileira. Há famílias chefiadas por mulheres, há famílias homossexuais. A ideia de família é idealizada, de que só existe no modelo homem e mulher. Isso é um equívoco. Colocar a pecha de família desestruturada nas que não seguem esse modelo é não garantir apoio, acolhimento. Que possamos defender todas as famílias!", destacou.
'Projeto de Gilvan da Federal atende à ideologia do Escola Sem Partido'
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Comentários: 11
Parabéns vereador, continue denunciando esses militantes travestidos de professor. Nenhum pai/mãe de aluno que se preze, quer ver ser filho(a) sendo doutrinado por essa turma, por isso, quando surge vaga nas escolas cívico-militares são tão disputadas.
É lamentável a postura de legisladores que ao invés de usar a casa de leis em benefício da sociedade a utilizam para perseguir professores, implantarem de forma antagônica suas ideologias doutrinadoras. Escola não é partido político, escola não é igreja, escola não é parlamento e nem palco de opressão, escola é lugar de autonomia do pensamento, desenvolvimento do conhecimento e liberdade de cátedra dos professores que estudam e se dedicam no pluralismo cultural, democrático e científico.
PARA mim, escola eh lugar onde se aprendem disciplinas como Lingua Portuguesa, MATEMATICA, fisica, quimica, historia do BRASIL, historia geral, biologia, educaçao fisica, ingles, espanhol, etc..... o resto eh pura bobagem e perda de tempo.
Parabéns vereador, continue denunciando esses militantes travestidos de professor, aliás bandidos travestidos de professor!!!
Pelos comentários de algumas pessoas percebemos que o objetivo não é o pronome, nem a defesa de um padrão de língua portuguesa, mas apenas agredir e anular quem pensa diferente. Escola é o berço do respeito que muitas crianças e adolescentes não aprendem ou não encontram em casa.
Infelizmente, alguns adultos estão incapacitados para respeitar e dialogar de forma verdadeiramente cidadã - e patriótica como repetem alguns papagaios.
Eu sou patriota e nunca me senti um papagaio!!! voce eh um papagaio vermelho????
Ao inves de protestarem segunda-feira, os professores de Vitoria devem continuar trabalhando nas escolas e sem bobagem de ideologia de genero para atrapalhar as ideias e o raciocinio logico das indefesas crianças. A esquerda manipula muito facil as mentes de crianças, afinal de contas, ainda sao um livro em branco!!!
Gostei muito da opinião do professor, Christovam. Apóio seu pensamento de que os pais devem conversar com os professores se tiverem alguma dúvida e não irem atrás da opinião de um vereador que até agora não mostrou um trabalho relevante na Câmara.
Para quem estuda sabe que a língua é um "organismo vivo" e muita coisa está em transição e mudança quando se trata de linguagem.
Parabéns ao sindicato que se posiciona em defesa da sua categoria e de uma Educação sem preconceitos.
Quando legisladores fundamentalistas se colocam na condicao de censores toda sociedade perde com isso. Educar nao e escolher um modelo unico a ser imitado por todos. Educar e reconhecer, respeitar e valorizar a diversidade dos modos de vida e expressoes humanas. Uma sociedade evoluida e realmente desenvolvida garante as diversas formas de expressao e nao exclui ninguem. Parabens Trabalhadores em Educacao e SINDIUPES pelo posicionamento e luta constante na defesa da Educacao e da Vida.
O diretor do Sindiupes disse bem certo: "Eu jamais entraria em um auditório com 99 mulheres e um homem e usaria o padrão, que seria utilizar o masculino"; Agora, digo eu, a questão é que em meio a população, uma minoria é gay, e querem fazer da exceção a regra. Não concordo e vou lutar contra essa palhaçada. O que os gays devem exigir é respeito, e só. Não venham querer doutrinar nossas crianças. Esse tipo de discurso só invoca o ódio na maioria dos pais. Parabéns ao vereador que trouxe esse tema em pauta.
Independente da linha de pensamento. Nenhum legislador deve ameaçar..tirar o emprego de ninguém ..ate mesmo porque nao foi ele que a pôs no cargo..Isso é abuso de um poder que ele NÃO tem. Sobre a discussão é a liberdade de gênero...isso deve ser feito no lugar certo..junto a secretaria de educação..Sem fazer ou promover ódio à trabalhadora ..que diga-se de passagem, segundo a constituição tem direito a ampla defesa