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Reajuste salarial na Serra não garante piso dos professores, diz Sindiupes

Aumento da gestão de Weverson Meireles será de 1,5% em julho e 3,23% em agosto

A Câmara da Serra aprovou, nessa quarta-feira (16), por unanimidade, o Projeto de Lei 845/2025, de autoria do Executivo, que prevê reajuste salarial para os professores. O aumento será de 1,5% em julho e 3,23% no mês de agosto. Assim, o salário dos trabalhadores, que têm carga horária semanal de 25 horas, passará de R$ 2.903,49 para R$ 3.042,35. Contudo, afirma o diretor de Comunicação do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), Paulo Loureiro, ainda não há cumprimento do piso salarial pela gestão de Weverson Meireles (PDT).

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Paulo explica que o piso salarial da categoria é de R$ 4.867,77 para uma jornada de 40 horas semanais. Portanto, R$ 3.042,35 é o valor proporcional para quem cumpre 25 horas semanais. Ele aponta que o descumprimento está no fato de que o valor será aplicado a partir da graduação, e não no P1, ou seja, nos docentes com ensino médio, que cursaram os antigos Magistério ou Normal.

“O que aconteceu, na verdade, é que o município da Serra aplicou o piso parcelado em duas vezes. Não era o que reivindicávamos, mas pelo menos não acumula perdas”, diz Paulo. De acordo com ele, desde 2016 tramita uma ação na Justiça para que o piso comece a incidir no P1.

O PL tramitou em regime de urgência. O vereador Rurdiney da Silva (PSB) chegou a apresentar uma emenda para alterar o artigo 2º. De acordo com ele, o artigo prevê complementação remuneratória aos profissionais que ainda não recebem o mínimo que o piso determina. O vereador propôs que a complementação seja para todos docentes a partir de janeiro. Mas a emenda foi rejeitada pela Câmara, já que a base do prefeito alegou que não há como prever os impactos financeiros da iniciativa.

Paulo Loureiro recorda que a Serra é um dos 59 municípios capixabas que, em abril deste ano, receberam uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para que cumpram o piso salarial. A recomendação se baseou em investigações conduzidas por meio de inquérito civil e atinge 76% do total de cidades capixabas. Outros 19 municípios, que haviam comprovado ao MPF o pagamento do piso em 2023, receberam ofícios solicitando a atualização das informações e a confirmação de que os valores continuam em conformidade com a legislação vigente.

O MPF também orientou que as prefeituras encaminhem projetos de criação ou reestruturação dos planos de carreira do magistério às câmaras municipais, de modo a assegurar o cumprimento permanente do piso nacional da categoria.

Outros municípios

Em outros municípios, os trabalhadores também têm reivindicado a aplicação do piso salarial. Em Guarapari, o prefeito Rodrigo Borges (Republicanos) se comprometeu, no final de junho, a dar reajuste salarial para os professores, mas de forma escalonada. O projeto, porém, ainda não foi encaminhado para a Câmara, conforme informa o diretor do Sindiupes e coordenador da rede de Guarapari, Adriano Albertino.

A proposta da gestão municipal foi de reajuste de 6,27% para quem tem ensino médio e ir diminuindo à medida que a formação aumenta. Assim, os demais reajustes seriam para trabalhadores com adicional (6,10%), que, segundo Adriano, era um ano que se fazia a mais depois do magistério para lecionar até a 6ª série; licenciatura curta (5,60%); licenciatura plena (5,10%); especialização (5%); mestrado (3,5%) e doutorado (3%).

Os valores, afirma Adriano, atingem o piso em todos os níveis. Mas ele destaca que “quanto maior o investimento em formação, menor o percentual de reajuste anunciado. Essa prática, que já foi adotada por gestões anteriores, causa o achatamento dos vencimentos dos professores e aumenta as perdas históricas da categoria”.

Em São Mateus, no norte do Estado, a Câmara Municipal aprovou nesta semana a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 com uma emenda aditiva de autoria da vereadora Professora Valdirene (PT), que prevê o pagamento dos pisos salariais da enfermagem e da educação no próximo ano. Apesar da aprovação, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Mateus (Sindserv) considera a medida insuficiente e incerta, já que não há garantia de que os valores previstos serão efetivamente pagos.

A emenda aprovada pode ainda ser vetada total ou parcialmente pelo prefeito, Marcus da Cozivip (Podemos), o que aumenta a insegurança da categoria. O salário inicial pago aos professores da rede municipal atualmente é de R$ 2.403,52 para uma jornada de 25 horas semanais.

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