Sociedade civil quer participar de comitê sobre retorno das aulas presenciais
O Movimento Sobreviva Brasil irá reivindicar junto à gestão de Renato Casagrande (PSB) seu ingresso no Comitê formado pelo pelo governo do Estado, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e a Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes) no início de janeiro para discutir a retomada das aulas presenciais nas escolas. Além disso foi intensificada a campanha Volta às Aulas Presenciais Apenas com Vacinação, por meio da qual o Movimento irá recolher assinaturas a serem entregues para o governo do Estado, informa o integrante do Sobreviva Brasil, Alessandro Chakal.
A campanha, que foi criada em agosto de 2020, já conta com sete mil assinaturas. A entrega das assinaturas será feita após uma carreata, prevista para o dia 27 de janeiro. Segundo Chakal, mais de 20 entidades participam da campanha, que defende a vacinação da comunidade escolar como um dos pré-requisitos para o retorno às aulas presenciais. Entretanto, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) não está entre as entidades. Chakal faz críticas à entidade, que segundo ele, não se posiciona sobre a possibilidade de retorno das aulas presenciais. "O Sindiupes não convoca assembleia para deliberar sobre uma possível greve sanitária", diz.O secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, afirmou durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (11) que a educação é serviço essencial, mas que não se deve menosprezar a ciência e que o retorno será decidido pelo Comitê. "Estamos avaliando o retorno às aulas. Tudo está sendo levado em consideração. O Espírito Santo nunca menosprezou a força da transmissão da doença, a proporção da pandemia, e orientamos nossas decisões pela ciência. Estamos considerando todos estudos, todas publicações sobre as novas cepas [do coronavírus] e todas serão levadas em consideração na decisão final pactuada pelo Comitê", diz.
O professor de história Vinícius Machado, que também faz parte da campanha, afirma que, ao contrário do que aconteceu no final de 2020, a tentativa do governo do Estado é de que o retorno às aulas seja obrigatório. "Isso porque era opcional e foi um fiasco para o governo, pois a maioria dos alunos não foram. As famílias não mandaram por já ser fim de ano e por medo da doença", diz. Vinicius destaca que o atual momento é de aumento dos casos de Covid-19 e que os profissionais da educação não estão entre os primeiros grupos prioritários a serem vacinados. "Se falam que educação é prioridade, porque os profissionais da educação não estão nas fases iniciais do plano de vacinação?", questiona.
Movimento Vida nas Escolas
A Associação de Pais de Alunos do Estado do Espírito Santo (ASSOPAES) está articulando a criação do Movimento Vida nas Escolas. O secretário geral da Assopaes, Aguiberto Lima, explica que a iniciativa busca "discutir racionalmente o que é possível e o que não é" no que diz respeito ao retorno das aulas presenciais. De acordo com ele, o governo do Estado tem levado em consideração a economia para tomar as decisões, mas não dialoga, por exemplo, com a comunidade escolar e os conselhos estadual e municipais de educação. "Queremos nos unir a outras entidades e propor políticas públicas. Não havendo diálogo por parte do governo, podemos judicializar", diz.
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