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Ufes prevê vagas para indígenas no primeiro semestre de 2026

Jocelino Tupinikim ressalta que a medida é uma conquista histórica das comunidades do Estado

A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) criou um Grupo de Trabalho (GT) para discutir a elaboração do edital com as regras para as vagas suplementares para povos indígenas nos cursos de graduação presenciais, previstas para serem oferecidas no primeiro semestre de 2026. O GT, composto por representantes da universidade e dos indígenas, também discutirá outros temas, como questões relacionadas à política de permanência na instituição de ensino.

A quantidade de vagas suplementares ficará a critério de cada colegiado, mas serão no mínimo duas anuais por curso, ao menos uma em cada semestre. O educador Jocelino Tupinikim, liderança da aldeia Caieiras Velha, em Aracruz, norte do Espírito Santo, explica que as vagas suplementares não reduzem a quantidade de vagas aberta no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), pois são adicionais, por exemplo, em um curso com 80 vagas, haverá 81ª.

Jocelino Tupinikim, idealizador e coordenador dos Jogos Tradicionais Indígenas. Foto: Divulgação

A implantação das vagas suplementares para indígenas começaram a ser discutidas há sete anos. Durante esse período, relata Jocelino, foram estudadas experiências de outras universidades onde a iniciativa já foi implementada. Em 2024 foi apresentada uma minuta, feito os ajustes necessários, e a Resolução nº 103/2024 foi aprovada no final do ano, no mês de novembro.

“É uma conquista histórica, pois nossos jovens saem de seus territórios para estudar em outros estados, como Bahia, Minas Gerais e Paraná, onde há vagas suplementares para indígenas”, diz. Para ele, os indígenas, até então, vinham sendo tratados como “ratos de laboratório”. “Precisamos deixar de ser somente objeto de pesquisa para sermos pesquisadores de nossa própria história, onde colocaremos nossa grafia, nosso pensamento, nossa história”, defende.

As vagas serão destinadas aos indígenas aldeados em comunidades, que, segundo a Resolução nº 103/2024, é “aquele que mantém vínculos com a comunidade indígena, sendo essa condição atestada por lideranças indígenas da referida comunidade e por meio de documentação específica”.

Ainda segundo a Resolução, a seleção para as vagas “será constituída de avaliações em etapa única, por meio de prova de redação no gênero textual memorial, que deverá ser anexada no momento da inscrição”.

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