Conselheiro chegou à Corte como um dos principais aliados de Casagrande

O conselheiro Luiz Carlos Ciciliotti foi confirmado como o próximo presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES) para o biênio 2026-2027, em sessão plenária na tarde desta terça-feira (21). Ele disputou em condição de candidato único e vai assumir no início de 2026, no lugar de Domingos Taufner. A votação foi unânime.
O conselheiro Davi Diniz foi eleito o vice-presidente, e a Mesa Diretora será composta ainda por Taufner, na função de corregedor; Carlos Ranna, reconduzido ao cargo de ouvidor; e Rodrigo Chamoun, reeleito para seguir à frente da Escola de Contas Públicas.
“Recebo com profunda gratidão e senso de responsabilidade a missão que hoje me é confiada. Agradeço meus pares pela confiança expressa no voto e palavras generosas que acompanham essa eleição”, ressaltou o presidente eleito após a votação.
Luiz Carlos Ciciliotti é conselheiro desde 2019, e chegou ao cargo como um dos principais aliados de Renato Casagrande (PSB). Na ocasião, ele dirigia o PSB no Estado, partido do governador, além de atuar na gestão em posto de confiança. Antes, já tinha passado por vários cargos públicos dentro do mesmo grupo político. Ciciliotti ocupou a vaga aberta com a aposentadoria do conselheiro Valci Ferreira, e foi indicação da Assembleia Legislativa, somando 27 dos 30 votos.
Davi Diniz é o conselheiro mais novo, desde 2024, e também saiu dos quadros e das relações de Casagrande. Ele era secretário-chefe da Casa Civil, cargo também já ocupado por Ciciliotti, e assumiu a atual função da mesma forma, como candidato único e apoiado pela maioria dos deputados. Diniz assumiu a cadeira de Sérgio Borges, e antes mesmo da votação na Assembleia, registrou candidatura com apoio de quase todos os parlamentares em abaixo-assinado.
Na época, por ser uma vaga de indicação do legislativo, ganhou força, no início do processo eleitoral, a movimentação para fazer um deputado o próximo conselheiro, e o nome do presidente da Casa de Leis, Marcelo Santos (União), voltou às cotações. Mas ele desistiu desse projeto antigo para investir na candidatura à Câmara dos Deputados em 2026, abrindo o campo par Diniz. Hoje, a Corte conta com dois ex-deputados, Rodrigo Chamoun e Rodrigo Coelho.
O pleito deste ano reserva uma distância enorme do último, em 2023, quando Taufner foi eleito em disputa acirrada, incomum na Corte de Contas, com quatro votos contra três de Rodrigo Coelho. Ele poderia ter disputado a reeleição, mas o que circula nos bastidores, é que teria feito um acordo com Ciciliotti.
A Constituição Estadual estabelece que quatro das sete vagas na Corte de Contas serão escolhidas pela Assembleia. Já as outras três cabem ao governador do Estado, sendo uma de livre nomeação e duas alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao TCES, indicados em lista tríplice pelo próprio Tribunal.