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Danos morais ‘não nos interessa, queremos pena máxima’

Família de jovem assassinado na Rua da Lama comenta pedido do MPES feito em audiência

Leonardo Sá

Em audiência realizada nessa segunda-feira (16) para instrução do processo referente ao homicídio do jovem Breno Rezende de Carvalho na rua da Lama, em Vitória, o Ministério Público do Estado (MPES) adicionou à denúncia o pedido para que o réu, Vilson Luiz Ballan, também seja condenado ao pagamento de valor não inferior a R$ 500 mil, por danos morais. A família da vítima, no entanto, afirma que está focada no júri popular.

O tio da vítima, Max Célio de Carvalho, afirma que é normal em crimes contra a vida que o MP estabeleça danos morais e acrescenta que o órgão ministerial até tem uma tabela de valores, mas que “não nos interessa essa questão, saber valores ou para quem vai. Estamos focados na condenação à pena máxima”. O tio da vítima destaca que, para que Vilson pegue essa pena máxima, não deve haver atenuação dos agravantes, entre eles, a impossibilidade de defesa e a morte por motivo fútil.

Na audiência, o MPES proferiu a alegação final oral pela pronúncia do réu e julgamento pelo Tribunal de Júri pelo crime de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil, executado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, morta em 15 de março deste ano, a facada. Durante a audiência, no Fórum Criminal de Vitória, foram ouvidas cinco testemunhas de defesa do réu, cinco arroladas pelo Ministério Público e o próprio acusado, que está preso preventivamente.

Max acredita que a realização do júri popular não irá tardar. “O andamento do processo está dentro da expectativa, pois houve um apelo social grande. Foi uma morte trágica de um menino muito bom de coração. Não falo isso por ser tio dele, pois tive contato com sua bondade também por meio dos amigos do Breno, das revoltas deles, das homenagens que fizeram. A condenação não elimina a dor da ausência, mas para nós será como o sepultamento do Breno, pois enquanto aguardamos por justiça, parece que ainda estamos velando ele”, desabafa.

Leonardo Sá

Amigos, familiares e pessoas que se solidarizavam diante do assassinato de Breno fizeram duas manifestações por justiça. Uma delas foi em 21 de março, após a missa de sétimo dia da vítima. A concentração foi na Praça do Carone, de onde as pessoas seguiram rumo ao local onde o crime ocorreu, na Rua da Lama.

Os manifestantes, com cartazes com dizeres como “pena máxima para o assassino”, “que Vilson Luiz Ballan apodreça na cadeia”, também gritavam “justiça para Breno” e “Breno, presente!”, lembrando que ele era “filho, irmão, sobrinho, amigo, primo e namorado”. Durante o trajeto, um sofá rasgado com a placa “Breno vive!” foi levado até o Sofá da Hebe, o qual foi apelidado de “Sofá Assassino”.

Leonardo Sá

O Caldeirão chegou a abrir depois do assassinato, fechando somente diante do primeiro protesto, no dia 17 de março. “Acho isso uma afronta, uma irresponsabilidade, uma demonstração de indiferença. Se a família não estiver envolvida [no crime], ela também é vítima, pois afeta elas também, mas isso [o não fechamento do bar] mostra que não têm noção do que é ser uma pessoa do bem”, apontou Max na ocasião, em entrevista a Século Diário.

O crime

O crime aconteceu após uma discussão no bar Sofá da Hebe, onde Breno estava com amigos, quando foi abordado por Vilson, proprietário do estabelecimento, que o acusou de não ter pago uma conta no valor de R$ 16,00. Teria, então, começado uma discussão, já que, de acordo com os presentes, a vítima tinha pago. Posteriormente, Breno foi para a distribuidora Caldeirão, do outro lado da rua. Vilson, já armado com uma faca, foi até ele e o assassinou.

O criminoso, que tem passagem pela Polícia por posse de armas e drogas e por desacato, teria fugido do local em um carro branco, no banco do carona, portanto, com outra pessoa dirigindo. O carro usado na fuga foi localizado posteriormente na casa do irmão dele, Adilton Ballan. Se condenado, a pena para Vilson poderá chegar a 40 anos por homicídio duplamente ou triplamente qualificado, como apontou a investigação da Polícia Civil.

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