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Empresários travam disputa por controle do Porto de Peiú

 

Depois de mais de seis anos de uma disputa judicial que pode chegar à casa das centenas de milhões de reais, o empresário Otto Netto Andrade obteve o sinal verde da Justiça para destituir a família Scopel do controle de complexo portuário em Vila Velha. No próximo dia 14, uma assembleia de acionistas da Peiú – Sociedade de Propósito Específico (subsidiária integral da Trufa S/A) se reúne para destituir qualquer membro da direção da empresa ligado aos empresários Pedro Scopel e Adriano Mariano Scopel.
 
Segundo o ato de convocação da assembleia, publicado na edição dessa quinta-feira (6) do Diário Oficial, os acionistas da Peiú e Trufa vão ratificar a contratação de uma auditoria independente para apurar o suposto desvio de faturamento do negócio entre os anos de 2005 a 2012. A estimativa é de que o rombo seja muito superior aos R$ 33 milhões, valor apurado há quase sete anos.
 
O caso se tornou público após a disputa judicial entre Otto Andrade e a família Scopel ter motivado a deflagração da Operação Naufrágio, em dezembro de 2008, por conta da venda de sentença. Durante a Operação Titanic, que apura fraudes na importação de veículos de luxo, as equipes da Polícia Federal flagraram os empresários Pedro e Adriano Scopel comprando uma decisão do ex-desembargador Elpídio José Duque que mantinha os poderes da dupla na empresa.
 
Por conta do imbróglio, o complexo portuário era administrado por uma filha de Pedro Scopel, Fabiana Scopel Tramontana, que deverá ser destituída da presidência dos conselhos de administração da Peiú e da Trufa na assembleia. Na época, a Junta Comercial do Estado (Jucees) não quis registrar a nomeação de Fabiana, que acabou sendo efetivada somente depois de uma obtenção de decisão liminar na Justiça.
 
Também será destituído qualquer membro da direção e da administração que tenha ligação com Rodrigo Barroso Tramontana, marido de Fabiana, e da Agência Marítima Universal. Está prevista a tomada das medidas extrajudiciais e judiciais necessárias para o cumprimento do objeto social da companhia.
 
O empresário Otto Andrade alega que a atual administração não apresentou nenhum balanço financeiro, assim como não realizou qualquer assembleia entre os acionistas no período. “Vamos montar uma direção com um pessoal qualificado, com experiência no mercado. Não é possível que o porto não tenha nenhum faturamento”, explica. 
 
Atualmente, o porto vem sendo administrado por meio de uma gestão compartilhada, o que também não contribuiu com a resolução do conflito entre os sócios. Em abril deste ano, veio a público a notícia de uma briga entre Otto Andrade e Adriano Scopel, que chegaram às vias de fato. Após o incidente, uma nova decisão judicial restringiu o acesso de Pedro e Adriano Scopel das instalações do porto e sequestrou as ações para evitar qualquer negociação dos papeis até a eleição de uma nova administração.
 
“Essa disputa acabou se tornando um sofrimento, mas sempre tive certeza que o mal não vence o bem”, comemorou Otto Andrade.

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