A juíza da comarca de Ibiraçu (norte do Estado), Cláudia Copolillo Ayres, foi alvo de um atentado a tiros na tarde desta quinta-feira (7), quando chegava ao fórum do município. Segundo depoimento à Polícia Civil, ela foi surpreendida por um disparo no momento em que estacionava o seu veículo nas proximidades do fórum. A magistrada não foi atingida e teve que se refugiar às pressas no interior do prédio. Seguranças do local chegaram a trocar tiros com o suspeito, que aparentava ser menor de idade, mas ele conseguiu fugir.
Em depoimento prestado ao delegado local Fábio Almeida Pedroto, a juíza Cláudia Copolillo afirmou que chegava para trabalhar, por volta das 13 horas, quando ouviu um estampido que, no momento, não tinha certeza de que era arma de fogo. O suposto atentado ocorreu no momento em que a juíza saiu do carro nas proximidades do fórum. Ela só percebeu a situação quando um segurança saiu do prédio de arma em punho, fazendo um disparo contra o atirador e a puxou pelo braço, gritando para que corresse para dentro do fórum.
A magistrada contou ao delegado que se recorda apenas de ter visto nas imediações do fórum um adolescente trajando camisa branca, bermuda vermelha e usando no cabelo um penteado no estilo “moicano”. Durante a troca de tiros, agentes penitenciários que acompanhavam seis presos no local também socorreram a juíza. O atentado provocou um tumulto nas proximidades do fórum, em região movimentada do município.
O caso está sendo investigado pela delegacia do município e pela comissão de Segurança Institucional do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), que é responsável pelos procedimentos de segurança dos juízes e desembargadores capixabas. O desembargador Telêmaco Antunes de Abreu Filho, que preside a comissão, ficará encarregado das apurações.
Esse atentado é o segundo registro de violência contra juízes somente esta semana. Na sessão do Pleno do TJES desta quinta-feira, os desembargadores aprovaram o pedido feito pela juíza Priscila de Castro Murad de autorização para residir fora da comarca de Fundão, onde disse estar sofrendo ameaças de morte. O pedido coincide com recentes as ações de repressão a crimes contra a administração pública e de tráfico de drogas no município.
Na última sexta-feira (01), a juíza Priscila Murad havia expedido mandados de busca e apreensão contra quatro acusados de tráfico de drogas e associação ao tráfico na região. Foram apreendidos, durante a busca e apreensão na residência dos acusados, 50 pedras de “crack” e R$ 905,00 em dinheiro. A operação batizada de “Cidade Alerta” contou com a participação de aproximadamente 70 policiais civis e militares, além de apoio do helicóptero da Polícia Militar.