O juiz da comarca de Ibatiba (região Caparaó), Vanderlei Ramalho Marques, determinou a instauração de uma ação penal contra os acusados de participação no esquema de fraudes em licitações, revelados na “Operação Hidra”. O magistrado recebeu a denúncia formulada pelo Ministério Público Estadual (MPES) e manteve a prisão preventiva de quatros suspeitos de atuarem nas irregularidades.
Segundo informações do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), o juiz manteve as prisões do funcionário da prefeitura de Ibatiba, Sílvio José Pereira, apontado como o principal articulador da quadrilha; e dos empresários Janilson Zuccon, Tiago Francisco da Penha e Sebastião Jorge Lomeu. }
Na mesma decisão, o juiz atendeu ao pedido da promotoria e revogou as prisões de João Batista Souza Lopes e José Reinaldo Egídio, que estavam detidos desde a operação policial, deflagrada no último dia 14. No entendimento do Ministério Público, não existiam motivos para a manutenção das duas prisões.
De acordo com as investigações, a quadrilha seria responsável por fraudes em concursos públicos na prefeitura de Ibatiba e de licitações de obras de engenharia nos municípios de Afonso Cláudio, Brejetuba, Iúna, Venda Nova do Imigrante e Vargem Alta. Silvão, como é mais conhecido, seria uma espécie de “consultor” para as fraudes, além de ser “funcionário fantasma” na prefeitura.
Na ocasião, foram cumpridos 17 mandados judiciais de busca e apreensão no Estado e mais quatro em Minas Gerais. Estão ainda sendo cumpridos quatro mandados de prisão temporária – dois em Ibatiba e um em Teófilo Otoni e outro Brejetuba, além de cinco mandados de prisão preventiva – dois em Ibatiba, dois em Venda Nova do Imigrante e um em Manhuaçu.
A estimativa, segundo o MPES, é de que o esquema tenha causado prejuízo aos cofres públicos de mais de R$ 10 milhões.