Segunda, 29 Abril 2024

Polícia Federal faz busca e apreensão contra 'testas de ferro' da Telexfree

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Dois suspeitos de serem "testas de ferro" dos autores do golpe milionário da pirâmide financeira da Telexfree foram alvo de mandados judiciais de busca e apreensão, cumpridos nesta quinta-feira (6) por oito policiais federais nas cidades de Serra e Vila Velha. Eles se colocavam à frente dos negócios para manterem ocultos os reais proprietários dos bens adquiridos com o esquema criminoso, descoberto há cinco anos.

A Telexfree, nome fantasia utilizado pela empresa brasileira Ympactus Comercial S/A, cuja sede é em Vitória, no Espírito Santo, é acusada de operar uma das maiores fraudes financeiras da história do Brasil, segundo o Ministério da Justiça e o Ministério Público Federal (MPF). 

Em 2019, a Justiça decretou a falência da empresa, por ato da juíza Trícia Navarro, da 1ª Vara Cível de Vitória. No mesmo ano, condenou o sócio-administrador da Telexfree no Brasil, Carlos Roberto Costa, por omitir e prestar informações falsas na declaração de Imposto de Renda de pessoa física, resultando em uma sonegação de R$ 3.9 milhões. A defesa recorreu da decisão.

O pedido de decretação de falência foi ajuizado por um dos credores, que acionou a Justiça para receber o valor de mais de R$ 50 mil. De acordo com a decisão, a empresa confirmou o valor devido, disse ser incapaz de pagar a dívida e não se opôs ao pedido.

Acatando solicitação da PF, feita com base nas evidências apontadas pela investigação, a Justiça Federal determinou o bloqueio de imóveis ocultados em nome dos "testas de ferro", além do montante de cerca de R$ 2 milhões de suas contas bancárias. Os investigados, que não tiveram os nomes divulgados, responderão pelo crime de lavagem de dinheiro e, se condenados, poderão pegar até dez anos de cadeia.

A Polícia Federal avança nas investigações relativas às fraudes envolvendo os integrantes da quadrilha e busca bens e informações que levem aos investimentos financeiros ocultados pelos criminosos. Em um dos locais revistados, um homem foi preso por posse ilegal de arma de fogo, e deve ser liberado após pagamento de fiança.

Ressarcimento

Algumas das vítimas do suposto esquema de pirâmide financeira organizado pela Telexfree começaram a ser ressarcidas do prejuízo financeiro causado pela companhia. A empresa, acusada de estimular investimentos por meio de um sistema de marketing multinível, chegou a reunir dois milhões de credores no Brasil. No entanto, após o Ministério Público Federal, em conjunto com o Ministério da Fazenda, avaliar a insustentabilidade financeira do negócio a longo prazo, a Telexfree passou a ser investigada e teve suas atividades encerradas.

Durante anos, credores que investiram altas quantias realizaram a venda de imóveis e até mesmo adquiriram financiamentos com o objetivo de se tornarem divulgadores da Telexfree.

Desde 2022, as vítimas que entraram com ações jurídicas contra a empresa começaram a ser incluídas na lista de pessoas que deverão ser ressarcidas. De acordo com o último balanço, mais de R$ 1 bilhão foi bloqueado com o objetivo de realizar este pagamento.

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