Sexta, 29 Março 2024

Apesar de passivo ambiental, Samarco recebe prêmio por gestão socioambiental

A Samarco Mineração foi premiada pelo “Prêmio Benchmarkin Brasil 2012”, por seu programa Taboa Lagoa, que segundo a premiação, estaria alinhada com a importância das águas no desenvolvimento sustentável. O prêmio, entretanto, ignora os mais de 30 anos de passivo ambiental da empresa. 

 
Localizada em Ubu, em Anchieta, divisa com Guarapari, a Samarco contamina a Lagoa Mãe-Bá com mercúrio há anos e é acusada também de poluir o mar e a praia do Além, onde despejou minério de ferro de forma indiscriminada, alterando a cor da água para vermelho. Além disso, é responsável pelos elevados índices de poluição do ar registrados no sul do Estado e de utilizar à exaustão o rio Benevente. 

 
Em contrapartida, a empresa afirma desenvolver projetos como o  Taboa Lagoa, na tentativa mostrar responsabilidade socioambiental, evitando ou minimizando a cobrança da sociedade sobre seus danos ambientais. 

 
Com o projeto Lagoa Taboa, a empresa diz beneficiar sete comunidades próximas à lagoa Mãe-Bá, contaminada por ela. Nas comunidades, segundo a empresa, são desenvolvidos trabalhos voltados para geração de renda e melhorias socioambientais.

 
Entretanto, foi devido à grande concentração de metais pesados despejados pela Samarco na Lagoa Mãe-Bá que muitos pescadores foram obrigados a deixar a região, por falta de peixes e oportunidades de trabalho. 

 
A Lagoa Mãe-Bá é a maior lagoa costeira e a segunda maior lagoa de água doce do Espírito Santo e devido à contaminação, o Ministério Público Estadual (MPES) chegou a recomendar que nunca fosse aberta a barragem norte da lagoa, construída pela empresa, devido à grande contaminação de seus sedimentos com metais pesados. 
 
Segundo o Grupo de Apoio ao Meio Ambiente (Gama), a barragem norte era o braço sul da lagoa Mãe-Bá. “Nos anos 70, a Samarco fez a barragem para lançar seus esgotamentos na lagoa. Esses poluentes da Samarco encheram a barragem norte de metais pesados, altamente prejudiciais ao homem, à fauna e à flora. A maior concentração dos metais pesados é de mercúrio, seguido de outros, como alumínio, cádmio, chumbo”, denunciou a entidade.
 
Estudos realizados por determinação do MPES também já apontaram a contaminação em toda a lagoa e, quanto mais próximo da barragem norte, maior a concentração dos poluentes. A Samarco é reincidente em contaminar a lagoa, o que já rendeu a ela multas milionárias emitidas pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). Estas, porém, foram convertidas em termos ambientais. 
 
O Ranking Benchmarking Brasil é organizado pelo Instituto Mais, com o objetivo de apontar as melhores empresas na gestão socioambiental brasileira.

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