Quinta, 25 Abril 2024

ArcelorMittal e Vale pioram posição do Brasil como poluidor

ArcelorMittal e Vale pioram  posição do Brasil como poluidor

O Brasil deve  alcançar um novo patamar como emissor de gás carbônico, com  o funcionamento da  VIII usina de pelotização da Vale e da nova planta da  ArcelorMittal, ambas em construção no Planalto de Carapina, na Grande Vitória.  Atualmente a ArcelorMittal lidera as emissões deste gás na região.



As novas unidades vão piorar, e muito,  a qualidade do ar na Grande Vitória, região das mais poluídas do Brasil. Este ano, após incontáveis denúncias da  sociedade civil, o próprio Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) admitiu que a  poluição do ar na Grande Vitória está acima do limite estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS).  



Os dados para a constatação do elevado índice de poluição são do inventário de fontes realizado na Grande Vitória, nos anos base 2009/2010. Apontaram que o total de partículas inaláveis emitido  era de 2.749 quilos por hora. Já o total de dióxido de enxofre emitido no ar da Grande Vitória era de 3.358 quilos por hora. Hoje os  números são ainda maiores. Estes agentes estão entre os que causam doenças aos moradores da Grande Vitoria.  



Segundo cálculos do Instituto de Energia Renovável da Alemanha (IWR), o Brasil é o 12º país em emissão de gás carbônico (CO²). Em 2011, o Brasil liberou 488 milhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera, superando o México (464 milhões), Indonésia (453 milhões) e África do Sul (452 milhões).



As emissões do CO², um dos que provocam o aquecimento global, crescem no mundo.  As emissões globais de dióxido de carbono em 2011 atingiram novo recorde e subiram para 34 bilhões de toneladas, 2,5% a mais do registrado em 2010, informou na terça-feira (13) o IWR.



As emissões mundiais de CO² estão 50% acima do nível de 1990, ano tomado como base pelo Protocolo de Kyoto sobre o clima. O primeiro período de duração do protocolo termina em 31 de dezembro.



Espírito Santo -  A ArcelorMittal dá a maior contribuição para a poluição do ar na Grande Vitória. Empregando dados dos Cálculos do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) é estimado que, sozinha, a ArcelorMittal emitirá no ar da Grande Vitória 19 milhões de toneladas de CO² a partir de 2014. Hoje a empresa emite  11,2 milhões de toneladas de CO².



Em 2014 a ArcelorMittal aumentará sua produção de 5,6 milhões de toneladas por ano para 9,5 milhões.



No total, com a VIII usina de pelotização da Vale , em fase de conclusão, a produção da Vale aumentará a produção em 45% (para 39,3 milhões de toneladas/ano).



Com as outras unidades programadas para o Estado, as siderúrgicas vão aumentar suas emissões de gás carbônico em 17,8 milhões de toneladas no Estado.



Os capixabas do sul do Estado também pagarão a conta. Com a construção da Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU), da Vale, a empresa produzirá inicialmente  5 milhões de toneladas de pelotas de ferro.

Na região, a CSU, da Vale, irá emitir 10 milhões de  toneladas de gás carbônico por ano. O índice de poluição permitido por lei já foi ultrapassado na região.  Hoje, a maior poluidora da região é a Samarco (50% das ações são da Vale).



Na Grande Vitória, as  usinas da ArcelorMittal (que também tem uma usina em Cariacica) e da Vale afetam a saúde da maioria dos moradores da região. A ArcelorMittal Tubarão (ainda como CST) tinha obrigação legal de implantar uma unidade de dessulfuração para suas usinas desde 1983, quando começou a operar, e não adotou a medida até hoje por economia.



Com isto, o  enxofre é lançado no ar sem tratamento. O enxofre, em contato com a água produz, entre outros, chuva ácida que já foi registrada no entorno da usina da ArcelorMittal Tubarão. A Vale também produz poluentes gasosos, além de ser a maior produtora de poluentes particulados.



Juntas, ArcelorMittal e Vale exigem de cada morador da Grande Vitória um gasto médio de R$ 100,00 por ano com saúde. E muitas doenças causadas pela poluição não têm cura, como alguns tipos de câncer. Ao todo, são 59 os tipos de gases lançados, sendo 28 altamente nocivos, que podem causar ainda doenças que destroem o sistema imunológico, alérgicas, respiratórias e genéticas.



Antes de expandir suas atividades, a ArcelorMittal Tubarão (CST e Belgo) e a Vale provocavam 50% da poluição do ar na Grande Vitória, segundo dados apurados pelo Instituto de Física Aplicada da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Juntas, eram  responsáveis por lançar 264 toneladas/dia de poluentes, chegando a 96.360 toneladas/ano.



Na  região norte do Estado o ar é poluído pela usina da Aracruz Celulose (Fibria),  e pelas  usinas de álcool. Além das suas fábricas, as empresas colocam fogo em suas plantações de cana para facilitar a colheita.

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