Segunda, 06 Mai 2024

Ato mundial contra a Monsanto tem ação na Ufes

Ato mundial contra a Monsanto tem ação na Ufes
O "Ajuntamento Mundial Contra a Monsanto e em Favor das Sementes Desobedientes" é um evento que acontece em 400 cidades de 52 países dos cinco continentes, dentre elas a capital do Estado, Vitória. Neste sábado (12), o evento em âmbito local acontecerá no campus de Goiabeiras, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), com atividades recreativas, palestras sobre alimentos saudáveis e performances para expressar o descontentamento da população com o processo de produção da multinacional.
 
Como neste sábado também é comemorado o Dia das Crianças, haverá uma oficina de “bombas de sementes” dedicada especialmente a elas, e pintura natural. Para o mesmo dia, está convocado um protesto ao vivo, em frente à sede mundial da empresa, em Saint Louis (EUA), que será transmitido pela internet.
 
Entre as razões que justificam a marcha, no site oficial, estão as descobertas científicas recentes de que os Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) da Monsanto podem fazer com que os consumidores desenvolvam problemas graves de saúde, como tumores cancerígenos, infertilidade e anomalias congênitas, além de serem prejudiciais para o meio ambiente. Como relataram cientistas, as plantações dos OGMs e os agrotóxicos usados nelas têm provocado a morte em massa de abelhas em todo o mundo.
 
A Monsanto tem, em sua história, o marco da fabricação do agente laranja, poderoso veneno usado como desfolhante pelos militares americanos durante a Guerra do Vietnã. O herbicida causou anomalias genéticas, diversos tipos de cânceres, abortos e irritações cutâneas às pessoas que a ele foram expostas. Em 1997, a multinacional foi refundada como empresa agrícola, produtora de sementes - como as de milho e algodão supostamente resistentes a pragas lançadas nos anos 1990 - e demais produtos desse setor.
 
Em todo o mundo, a versão de que as sementes geneticamente modificadas são realmente resistentes a pragas, e por isso não precisam de agrotóxicos, é amplamente contestada. Há relatos de que se precisa de cada vez mais herbicidas para manter as lavouras desses produtos. Os transgênicos da Monsanto são resistentes aos agrotóxicos da própria marca como, por exemplo, o Roundup, que mata todas as plantas do local onde é aplicado - exceto os transgênicos da Monsanto, preparados para serem especificamente resistentes a ele.
 
Com o envenenamento e transgenia dos produtos básicos usados em, por exemplo, rações de gado e das aves, criou-se uma nova divisão nos alimentos: a carne transgênica, originária dos animais criados em fazendas que fazem amplo uso das sementes com modificação genética, que transmite o mal em cadeia.
 
Outro problema apontado para o uso dos transgênicos são as possibilidades de reações alérgicas, já que não há informações suficientes nos rótulos sobre o cruzamento genético feito em cada alimento.
 
A Monsanto também é acusada de biopirataria, de contrabando de sementes, de manipulação de dados científicos, além de ser responsável pelo suicídio de agricultores indianos, endividados devido aos altos custos das sementes transgênicas e dos insumos químicos necessários a essas plantações. A cada plantio, os agricultores têm que comprar mais sementes porque, devido à patente obtida pela multinacional, cada semente só pode ser usada em um plantio – o que os impede de guardar uma parte da colheita para o próximo ano, como é feito na agricultura tradicional.
 
Atualmente, nos Estados Unidos, há uma briga para a aprovação da rotulação especial em alimentos transgênicos. Lá, segundo a própria empresa, cerca de um terço das sementes de milho e nove de cada dez campos de soja são cultivados com a tecnologia Roundup Ready, da Monsanto e suas licenciadas. No Brasil, a lei que obriga a rotulagem dos produtos - um triângulo amarelo com a letra T preta - com mais de 1% de matérias-primas transgênicas é de 2003 mas, na prática, ainda há constantes tentativas de violação.

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Terça, 07 Mai 2024

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