Sexta, 19 Abril 2024

Carta-compromisso para candidatos pede fim dos agrotóxicos no País

Uma carta-compromisso lançada em âmbito nacional pelas 30 entidades da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida será enviada aos candidatos a prefeito e vereador nas eleições deste ano no Espírito Santo. O documento convoca  os candidatos a firmarem compromisso sobre três temas: legislação que proíba o uso de agrotóxico em seu município, fim da pulverização aérea, e a criação de políticas públicas de incentivo à agroecologia. O Espírito Santo já figurou no topo da lista dos estados brasileiros que mais consomem agrotóxico e o Brasil, desde 2008, é o país que mais utiliza venenos no sistema de produção agropecuário.



Segundo o Movimento Sem Terra (MST), que integra a campanha, a carta é um instrumento de denúncia importante, que servirá como um diálogo com os candidatos para que eles conheçam melhor os problemas gerado pelo uso de agrotóxico em suas regiões, e também as alternativas para a produção, como o modelo agroecológico. A carta será distribuída a candidatos de 16 estados do País, onde a campanha se desenvolve. 

 
No documento, as entidades destacam o longo período em que o Brasil se mantém líder no consumo de agrotóxico, consumindo 20% do total de venenos agrícolas utilizados no planeta. Segundo os cálculos do MST, isso representa o consumo de cinco litros de venenos por habitante ao ano, mais de 1 bilhão de litros ao todo. 
 


A carta ressalta ainda que os agrotóxicos têm em sua formulação princípios ativos como Endossulfan (banido em 45 países), Cihexatina (proibido na União Europeia e em países como a Austrália, Canadá, Estados Unidos, China, Japão, Líbia, Paquistão e Tailândia) e Metamidofós (proibido na União Europeia, China, Índia e Indonésia), entre outros, todos altamente tóxicos. Apesar disso, esses venenos continuam sendo utilizados nas lavouras brasileiras gerando sérios danos à saúde, ao meio ambiente e também ao custo financeiro no desenvolvimento de políticas públicas no sentido de garantir a qualidade de vida do brasileiro. . 
 
“As consequências desse sistema, baseado no uso de alta quantidade de pesticidas, são sentidas em nível local, com problemas nos solos, nas águas e na vida dos habitantes da cidade. O aumento de doenças como o câncer e de problemas metabólicos e neurológicos constitui uma questão de saúde pública, e os sistemas de atendimento à população não possuem os meios adequados para diagnosticar e tratar tais doenças - sobretudo às decorrentes de intoxicações crônicas, contraídas por meio de exposição e ingestão regulares de pequenas quantidades de venenos por longos períodos”.
 
O movimento reconhece que o posicionamento da carta é algo difícil de ser assumido entre os políticos, porém, garante que os candidatos que se recusarem a assinar, terão seus nomes divulgados na lista de candidatos que contribuem para o que chamam de "envenenamento do País”. 
 

Este ano, o Espírito Santo superou a marca de mil agrotóxicos liberados.

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