Coletivos lançam projeto de Cartografia Afetiva do Rio Jucu
Foi lançada, nesta quarta-feira (18), a Cartografia Afetiva do Rio Jucu, uma plataforma online colaborativa que terá o objetivo de reconhecer o rio como um território de afeto e, além disso, conhecer todos os processos pelos quais é submetido em todo o seu caminho.
A plataforma é composta de materiais multimídia produzidos pelos coletivos Quintal Mobile e Armarinho de Histórias, nos quais são evidenciadas as histórias de pessoas que convivem e dependem do rio no seu dia a dia. Em breve, poderão ser agregados ao site materiais enviados por diversos outros colaboradores que têm experiência relacionada ao rio e que, reunidas, se transformarão em um importante acervo de memória do manancial, responsável pelo abastecimento de quase 70% da região da Grande Vitória.
A plataforma é composta de materiais multimídia produzidos pelos coletivos Quintal Mobile e Armarinho de Histórias, nos quais são evidenciadas as histórias de pessoas que convivem e dependem do rio no seu dia a dia. Em breve, poderão ser agregados ao site materiais enviados por diversos outros colaboradores que têm experiência relacionada ao rio e que, reunidas, se transformarão em um importante acervo de memória do manancial, responsável pelo abastecimento de quase 70% da região da Grande Vitória.
De acordo com Fabíola Melca, uma das organizadoras da Cartografia Afetiva, a atividade começou a ser desenvolvida em 2008, por meio do Projeto Butuca, que foi retomado em 2012. Já em 2013, a plataforma foi contemplada com um dos editais de cultura da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), o que tornou possível que a equipe envolvida no projeto fizesse diversas viagens ao longo do curso do Rio Jucu. Nessas expedições, como retrata Fabíola, a ideia era encontrar a relação de afeto entre as pessoas e o Rio Jucu, evidenciando a relação da natureza na memória daqueles que dependem diretamente das águas do rio, como a comunidade ao redor e os pescadores.
Com uma plataforma colaborativa, a intenção do projeto não é oferecer uma conclusão fechada, tampouco finalizar o projeto em algum momento, e sim manter a plataforma em construção e permitir que seu conteúdo seja aliado a novas ferramentas desenvolvidas em rede. "É como o ciclo da própria água que compõe o rio, que nunca tem fim e está em constante movimento", retrata a organizadora. Ela explica que o trabalho é realizado aliado ao conceito de ecopedagogia, que trata basicamente da compreensão do ser humano sobre si mesmo como parte da natureza. Os vídeos, fotografias e demais materiais presentes na plataforma são de reprodução livre e podem ser usados em processos de educação formal e não formal.
O lançamento da plataforma online Cartografia Afetiva do Rio Jucu ocorreu no Campus de Goiabeiras da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e no Centro de Ciências Humanas e Naturais (CCHN), nas proximidades do prédio IC II, ao lado da barra agroecológica do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). Os interessados em enviar vídeos e materiais para a composição do site (www.cartografiariojucu.tk) podem entrar em contato com a equipe pelo e-mail que consta no endereço.
Além do lançamento do domínio, foi oferecida aos presentes uma salada de vegetais frescos e orgânicos, vendidos na barraca agroecológica do MPA, que é montada na Ufes todas as quartas-feiras, para vender a produção dos agricultores da região serrana do Estado ligados ao MPA. Durante o evento, também foram discutidos temas como as sementes crioulas, com oficinas de stop motion e bombas de sementes, experimentação culinária na preparação do almoço.
Como lembra Fabíola, a discussão sobre as sementes crioulas e sobre a produção agroecológica é fundamental para que se entenda o processo necessário à preservação do Rio Jucu. A agroecologia é um método de cultivo que respeita o meio ambiente, tanto preservando formações florestais como produzindo alimentos sem o uso de venenos ou defensivos agrícolas, e com o devido cuidado com a terra em que é cultivado.
Se essa modalidade de produção fosse incentivada, como lembrou, o assoreamento e o desmatamento às margens do Jucu poderiam ser minimizados e as consequências no perímetro urbano, como as cheias que alagam frequentemente a cidade de Vila Velha, poderiam ser menos danosas. Por conta disso, ela destaca, é importante aliar o trabalho de preservação do Jucu ao incentivo ao consumo de alimentos produzidos dentro da lógica agroecológica.
Se essa modalidade de produção fosse incentivada, como lembrou, o assoreamento e o desmatamento às margens do Jucu poderiam ser minimizados e as consequências no perímetro urbano, como as cheias que alagam frequentemente a cidade de Vila Velha, poderiam ser menos danosas. Por conta disso, ela destaca, é importante aliar o trabalho de preservação do Jucu ao incentivo ao consumo de alimentos produzidos dentro da lógica agroecológica.
Em 2013, a Exposição Itinerante da SOS Mata Atlântica analisou as águas do Rio Jucu em sua passagem por Vitória e constatou que 32 pontos do rio têm a qualidade da água considerada regular, um alerta para a população e governantes de que o rio precisa de mais cuidados, como enfatizou a ONG.
Veja mais notícias sobre Meio Ambiente.
Comentários: