Sexta, 29 Março 2024

Com menos da metade dos recursos, aumenta imobilidade do Projeto Reflorestar

Com menos da metade dos recursos, aumenta imobilidade do Projeto Reflorestar

Na última sexta-feira (23), por meio de decreto, o governo do Estado liberou R$ 11 milhões em crédito suplementar para ser destinado a custeio de pessoal do Tribunal de Contas (TC). Do montante, R$ 9,25 milhões são provenientes do setor de meio ambiente da administração estadual e, disso, R$ 8,05 milhões sairão exclusivamente do orçamento destinado à estruturação e implementação do projeto de recuperação e conservação da Mata Atlântica, o Projeto Reflorestar.

 
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), administrada desde março por Patrícia Gomes Salomão, do começo do governo Casagrande até hoje não recebeu muita prioridade. E essa última mexida no orçamento reflete ainda mais o descaso a que está entregue a pasta. 
 
O Reflorestar, programa que – além de ter um nome bonito e propositivo – nasceu com o objetivo de ampliar da cobertura florestal no Estado, tinha destinado um montante exclusivo de R$13.431.780, segundo dados do orçamento do governo. O projeto, que pouco fez desde o seu lançamento, com o decreto de semana passada teve um corte de mais da metade de seu orçamento e deve ficar ainda mais imóvel.
 
Como anunciado diversas vezes por Século Diário, o Reflorestar nasceu em uma perspectiva de acordo com grandes empresas, em especial a gigante Aracruz Celulose (Fibria), como incentivos ao aumento da cobertura vegetal tendo como base o plantio de eucaliptos, as chamadas “florestas plantadas” – ou, melhor, o Deserto Verde. Desde o seu início, é pequeno o espaço que se vê para o reflorestamento real da Mata Atlântica, nativa do Estado.
 
No Espírito Santo, segundo o secretário de Estado de Agricultura, Enio Bergoli, há 250 mil hectares cobertos pelas “florestas plantadas”. Um dos objetivos do Projeto Reflorestar é aumentar o número em 30 mil. Mas, para o secretário, o ideal seria atingir os 450 mil. 
 
Se antes, quando os recursos ainda estavam “inteiros”, pouco foi feito na recuperação da Mata Atlântica, menos ainda deve se esperar agora, com um corte de mais de 50% do dinheiro destinado ao projeto. Espera-se, na verdade, o contrário: as ações do Reflorestar devem se resumir, única e exclusivamente, ao aumento do domínio territorial da Aracruz/Fibria em nosso Estado.
 
Essa expansão, é sabido, não recebe boas recomendações de ambientalistas. Enquanto exploram o meio ambiente à vontade, o mercado de celulose concentra cada vez mais terras e gera diversos impactos socioambientais nas comunidades locais, principalmente indígenas, quilombolas e pequenos produtores rurais. 

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