Quinta, 18 Abril 2024

Controle de emissões poderia reduzir os impactos do aquecimento, aponta pesquisa

Controle de emissões poderia reduzir os impactos do aquecimento, aponta pesquisa

Uma pesquisa de um grupo de cientistas liderado pela Universidade de Reading, no Reino Unido, mostrou que, se forem tomadas medidas rígidas para controlar as emissões de gases-estufa, mantendo o aumento da temperatura em 2ºC até o ano de 2100, os impactos do aquecimento do globo poderiam ser reduzidos em até 65%. O estudo em questão está sendo considerado um dos mais abrangentes sobre o tema já feitos até hoje, por ter analisado uma quantidade sem precedentes de variáveis.

 
A medida poderia ajudar a evitar enchentes, aumentar a produtividade das lavouras e a geração de energia. Segundo a pesquisa – publicada na revista “Nature Climate Change” –, altas emissões de gases-estufas podem diminuir a produtividade das lavouras de trigo, um dos produtos básicos da cadeia de alimentos global, em cerca de 20% em 2050. Com um controle rígido dos gases-estufa, porém, isso poderia ser adiado para 2100.
 
Em âmbito global, a redução dos impactos vai de 20 a 65%. “Nossa pesquisa mostra que reduzir as emissões de gases-estufa nos dará tempo para fazer coisas como prédios, sistemas de transportes e agricultura resilientes às mudanças climáticas”, disse, em entrevista à Folha.com, Nigel Arnell, líder do trabalho.
 
Porém, mesmo que mundialmente o debate acerca das emissões de gases-estufa já esteja em curso há muito tempo, o Brasil segue na contramão. O País é o 12º em emissão de gás carbônico (segundo cálculos do Instituto de Energia Renovável da Alemanha – IWR), “ajudado” e muito pelo Espírito Santo e as grandes empresas instaladas em seu território – em especial a Vale e a ArcelorMittal, esta última a líder em emissões na região da Grande Vitória.
 
Os últimos índices divulgados pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) mostram isso. Segundo o inventário de emissões do órgão dos anos de 2009 e 2010, o total de partículas inaláveis emitido  era de 2.749 quilos por hora. Já o total de dióxido de enxofre emitido no ar da Grande Vitória era de 3.358 quilos por hora. Hoje, os números são ainda maiores. Estes agentes estão entre os que causam doenças aos moradores da Grande Vitoria.
 
Este ano, após incontáveis denúncias da  sociedade civil, o próprio Iema admitiu que a  poluição do ar na Grande Vitória está acima do limite estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS).  
 
Não bastassem os atuais e abusivos índices, duas novas unidades das empresas vão piorar e muito a situação do Estado. São elas: a 8ª Usina de Pelotização da Vale, que deve aumentar a produção da empresa em 45%, e a nova planta da ArcelorMittal, ambas em construção no Planalto de Carapina.
 
Hoje, a ArcelorMittal dá a maior “contribuição” para a poluição do ar na Grande Vitória. Empregando dados dos Cálculos do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), é estimado que, sozinha, a empresa emitirá no ar da Grande Vitória 19 milhões de toneladas de CO² a partir de 2014, quando aumentará a sua produção de 5,6 milhões de toneladas por ano para 9,5 milhões. Hoje a empresa emite  11,2 milhões de toneladas de CO².
 
Com as outras unidades programadas para o Estado, as siderúrgicas vão aumentar suas emissões de gás carbônico em 17,8 milhões de toneladas no Estado.
 
Na Grande Vitória, as usinas da ArcelorMittal e da Vale afetam a saúde da maioria dos moradores da região. A primeira tinha obrigação legal de implantar uma unidade de dessulfuração para suas usinas desde 1983 (ainda como Companhia Siderúrgica Tubarão – CST), quando começou a operar, e não adotou a medida até hoje por economia.
 
Com isto, o  enxofre é lançado no ar sem tratamento. O enxofre, em contato com a água produz, entre outros, chuva ácida que já foi registrada no entorno da usina da ArcelorMittal Tubarão. A Vale também produz poluentes gasosos, além de ser a maior produtora de poluentes particulados.

Veja mais notícias sobre Meio Ambiente.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Quinta, 18 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/