CPI do Pó Preto de Vitória aponta total ineficiência do Iema
A ineficiência do Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) foi apontada de forma inequívoca no relatório da CPI do Pó Preto da Câmara Municipal de Vitória (CMV). A manifestação é do presidente da Juntos SOS ES Ambiental, Eraylton Moreschi Junior. O relatório foi aprovado nessa quinta-feira (30).
A “total ineficiência” do Iema foi evidente quanto à “sua gestão de fiscalização; ineficiência esta que pode ser em função de várias determinantes, como omissão, submissão, incompetência e falta de recursos em geral, afirma o ambientalista.
Acentua que o Iema tem “postura omissa, submissa, antiética, irresponsável dos órgão públicos na gestão da poluição do ar na Grande Vitória”.
Vale
Ele também vê “total falta de honestidade, ética e transparência da empresa (Vale) para com o cidadão capixaba ao dar informações divergentes para a imprensa e para o órgão ambiental”.
O presidente da Juntos SOS ES Ambiental fez dois destaques no relatório da CPI do Pó Preto da CMV. Um deles, a “responsabilização das poluidoras da Ponta de Tubarão pela poluição do pó preto e das cobranças feitas em função desta responsabilização”. Outro, “da fiscalização dos vereadores nos píer da Vale”.
Em relação à fiscalização da empresa, o presidente se reporta ao lançamento de minério em Camburi.
Aponta o que considera prova da ineficiência do Iema. Foi “confirmada e corroborada pelo próprio Iema, quando deu conhecimento de vistoria realizada no dia seguinte ao fato e nada ter constatado, e quando da divulgação da multa aplicada, em que colocou no seu site a seguinte informação: “Cabe ressaltar ainda que o Iema vem realizando desde janeiro vistorias semanais na Ponta de Tubarão, inclusive em conjunto com a prefeitura de Vitória, exigindo intensificação das medidas de controle, quando necessário”.
E cita que os “vereadores que não têm como competência a técnica da investigação ambiental, de pronto constataram as irregularidades absurdas nos píer da empresa Vale. Sendo que ocorreram crimes ambientais nos dias 22 de junho e no dia cinco de julho, e a empresa foi multada única e exclusivamente para o crime do dia cinco de junho de 2015”.
Para Eraylton Moreschi Junior “fica aqui comprovado de forma inconteste e irrefutável o descumprimento da Lei 248/2002 que criou o Iema em vários de seus artigos”.
Assinala a “total falta de comprometimento com compromissos ambientais firmados para redução da sua poluição e dos impactos ambientais advindos destes”.
E cita ainda a Vale por sua “total falta de honestidade, ética e transparência da empresa para com o cidadão capixaba ao dar informações divergentes para a imprensa e para o órgão ambiental”.
Esta desonestidade da Vale para com a sociedade capixaba ocorreu quando a empresa utilizou “no seu marketing palavras como credibilidade, sustentabilidade, compartilhar futuro, compartilhar preservação, e etc”.
Ele aponta que o relatório da CPI do Pó Preto da CMV deixou claro que a Vale é totalmente descomprometida “com o ecossistema do seu entorno”. Além do total descomprometimento da empresa com a saúde e qualidade de vida do cidadão capixaba.
Vê o ambientalista que a sociedade vislumbra a partir do relatório “a esperança de dias melhores, com respeito mútuo e uma gestão ambiental voltada a um relacionamento de respeito, compartilhado, participativo, sustentável”.
Também assinala que “a CPI do Pó Preto da Câmara Municipal de Vitória não passará despercebida na história do pó preto. O seu resultado está alinhado com a nossa luta e a luta do cidadão capixaba pela saúde e qualidade de vida".
A poluição produzida pela ArcelorMittal Tubarão e Cariacica e Vale causa doenças e mortes. No caso do câncer, somente em 2012 foram registradas 644 internações por câncer, que custaram R$ 727,8 mil aos cofres públicos. Os capixabas pagam caro: gastam R$ 565 milhões por ano para tratar doenças produzidas pela poluição do ar na Grande Vitória.
Veja mais notícias sobre Meio Ambiente.
Comentários: