Sexta, 17 Mai 2024

Dragagem da Jurong prejudica pesca artesanal em Barra do Riacho

Dragagem da Jurong prejudica pesca artesanal em Barra do Riacho
Os pescadores da Barra do Riacho, em Aracruz (norte do Estado), que já convivem desde 2010 com os danos causados à atividade com a chegada do Estaleiro Jurong de Aracruz (EJA), estão sofrendo há cerca de um mês as consequências de uma dragagem que está sendo realizada no EJA. De acordo com o presidente da Associação dos Pescadores da Barra do Riacho e da Barra do Sahy, Vicente Buteri, o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) não fiscaliza o local.
 
Buteri afirma que os pescadores haviam se reunido com a Jurong e pedido que os batelões, um tipo de draga, não fossem instalados na área pesqueira, mas foi justamente o que aconteceu. Por isso, os pescadores estão impedidos de pescar na área, tanto pela presença dos batelões quanto pela revolta que a dragagem provoca no mar. Alguns pescadores perderam suas redes por conta da intensa movimentação de areia e de sedimentos. Na consulta online de licenças emitidas pelo Iema, a licença para dragagem do estaleiro da Jurong foi emitida em 11 de abril deste ano e tem validade até 10 de abril do ano de 2018.
 
Desde janeiro de 2012, quando o empreendimento se instalou em Barra do Riacho, os pescadores locais estão impedidos de realizar suas atividades. A verba de compensação pela área de pesca e pelo ofício perdidos já foi determinada na Justiça, mas ainda não foi oficialmente entregue aos pescadores, devido aos diversos recursos interpostos pela Jurong.



Aterros de riachos, intenso trânsito de máquinas, gerando poluição, e perda visível na biodiversidade marinha e terrestre são algumas das consequências que a Jurong levou ao litoral norte do Estado. Em 2010, a Associação Capixaba de Proteção ao Meio Ambiente (Acapema) denunciou que o estaleiro não realizou Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) para o licenciamento do empreendimento, como determina a lei.
 
Em maio deste ano, os pescadores também relataram dificuldades na pesca causadas por uma dragagem na área do Terminal Especializado de Barra do Riacho, o Portocel, da Aracruz Celulose (Fibria) e Cenibra, que está em processo de expansão. O processo de dragagem provocava uma movimentação na água e no fundo do mar, como explicaram, fazendo com que as praias utilizadas pela pesca fiquem poluídas, dissipando os peixes que haviam reocupado o local após a última dragagem do Portocel, há cerca de dois anos, e que causou o mesmo impacto nas populações marinhas.



Os pescadores afirmaram que não houve qualquer tipo de compensação por parte da Aracruz para indenizar os pescadores com relação ao prejuízo da pesca. Apesar de a dragagem do porto da Aracruz já ter terminado, as condições do mar ainda não foram recuperadas porque, logo em seguida, foi dado início à obra da Jurong.

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