Domingo, 28 Abril 2024

Engenheiros florestais criticam indicação para corte de árvores de grande porte em Vitória

Engenheiros florestais criticam indicação para corte de árvores de grande porte em Vitória
A Associação dos Engenheiros Florestais do Espírito Santo (AEFES) protocolou, nessa terça-feira (15), um ofício na Prefeitura Municipal de Vitória, em que contesta a indicação enviada pelo vereador Reinaldo Bolão (PT) sobre um estudo de viabilidade para a substituição ou retirada das árvores de grande porte que causam transtornos nas calçadas da capital.
 
O propósito para o estudo de viabilidade, segundo o texto do documento, é a dificuldade do tráfego de pedestres, sobretudo dos deficientes, e a destruição de muros, calçadas e a rede de esgotos pela “má conservação das árvores”. Na época, o vereado garantiu que todas as espécies removidas serão substituídas por novos exemplares, com base em estudos que serão desenvolvidos por técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam). 
 
Para os engenheiros florestais, a retirada "caracteriza o desconhecimento técnico no tratamento da arborização urbana" e é sugerida uma poda drástica nos indivíduos com problemas. Segundo eles, dessa forma, a área de sombreamento poderia até aumentar, sem que os galhos chegassem às redes elétricas, e esse método resolveria, inclusive, os problemas que levaram ao corte das oito árvores em frente ao Clube dos Oficiais, no mês passado.
 
Os engenheiros florestais definiram no ofício que cortar as árvores “ditas exóticas” é um “erro grosseiro” e o conceito, chamado de “xenófobo”, é contestado. Eles consideram que as árvores existentes no Estado eram muito raras, mais raras as que ocorriam em Vitória. Por isso, se essa classificação fosse levada ao pé da letra, “poucas árvores ficariam em pé no município”.
 
A associação também considera que a classificação das árvores como “velhas” não deve ser um critério para sua eliminação. Os engenheiros florestais também se colocam à disposição para esclarecimentos e orientações de poda.
 
O corte das árvores em frente ao clube dos oficiais causou revolta entre os moradores da região e a sociedade civil organizada. Eles reivindicaram que, pelo menos, houvesse um aviso anterior e uma consulta à comunidade para que a decisão fosse tomada,  o que não aconteceu. Os moradores permanecem em vigília pela última árvore que sobrou no local, próxima ao sinal de trânsito, e disseram que a copa das árvores tinha a mesma altura do último pavimento da nova sede do clube, que está em fase final de construção.
 
Na ocasião, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam) informou que as árvores eram de espécies exóticas que, segundo o Plano Diretor de Arborização de Vitória, representam uma ameaça e, por isso, necessitam de planos de manejo. Entre as espécies elencadas no plano, estão as leucenas. As árvores também não estavam plantadas à distância mínima de cinco metros dos postes de energia e, segundo a Semmam, uma das espécies estava com estado vegetativo em declínio.
 
Em Vitória, atualmente, existem cerca de 27 mil árvores de grande porte, de espécies como castanheiras e leucenas.

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