Sábado, 20 Abril 2024

Enivaldo questiona Iema e Seama sobre armazenamento de nitrato de amônio no ES

enivaldo_leonardo_sa-3203 Leonardo Sá

Preocupado com a possibilidade de portos capixabas possuírem as mesmas condições favoráveis a uma tragédia como a provocada em Beirute, no Líbano, o deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD) oficiou nesta quarta-feira (5) os órgãos de controle ambiental para que investiguem, com urgência, essa possibilidade.

O pedido foi feito, inicialmente, à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Seama) e ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), com prioridade para o Complexo Portuário de Tubarão, ao norte de Vitória, pertence à mineradora Vale.

"Acredito que a Vale armazena em Tubarão o mesmo produto que provocou a explosão em Beirute no Líbano, o nitrato de amônia, que é usado como fertilizante. Mas é necessário verificar também no Porto de Vitória e Vila Velha. É preciso apurar se eles armazenam esse produto e se tomam os devidos cuidados no armazenamento", apontou.

Enivaldo dos Anjos quer que sejam feitas diligências dos órgãos ambientais a esses locais e que seja dada transparência ao ato, "com a divulgação dos resultados das visitas para conhecimento da sociedade capixaba".

Durante a sessão ordinária dessa terça-feira (4), outros parlamentares repercutiram a tragédia no Líbano, que pode ter deixado pelo menos 70 mortos e mais de 2,5 mil feridos. "As imagens são estarrecedoras. Uma forte e gigantesca explosão. Quero me solidarizar com a comunidade libanesa aqui do Espírito Santo que está tentando ter notícias de seus parentes nesse momento", comentou Torino Marques (PSL).

O deputado Doutor Hércules (MDB) também falou sobre a tragédia. "Tenho um sobrinho libanês que mora no Espírito Santo e está bastante preocupado com a família. Pelo que ele disse, a explosão pôde ser ouvida a uma distância de 30 quilômetros".

O deputado Bruno Lamas (PSB) lembrou que o Brasil conta com uma grande comunidade libanesa. "Uma tragédia enorme, centenas de vidas envolvidas. E o Brasil, temos que registrar, tem uma comunidade libanesa enorme e que muito contribui para o país. Precisamos ser solidários nesse momento triste".

Ajuda brasileira

A tragédia gerou ainda um problema de segurança alimentar para os libaneses, noticiou a Agência Brasil, pois, conforme anunciado pelo ministro da economia, Raoul Nehme, o país ficou com reservas de grãos para menos de um mês. 

A explosão foi a mais forte que já atingiu Beirute, cidade marcada por uma guerra civil há três décadas. A economia já estava desabando antes do incidente, com importações de grãos desacelerando, à medida que o país enfrentava dificuldades para obter moeda forte para as compras.

Gatilhos de explosão 

Segundo a BBC Brasil, o presidente do Líbano, Michel Aoun, afirmou ser "inaceitável" que 2.750 toneladas do composto fossem estocadas em um depósito, sem a segurança necessária. Uma investigação está em andamento para encontrar o gatilho exato da explosão e o Conselho Supremo de Defesa do Líbano afirmou que os responsáveis vão enfrentar a "punição máxima" possível.

Na reportagem, o professor do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), Reinaldo Bazito, explicou que "o nitrato de amônio é um dos fertilizantes mais utilizados na agricultura no mundo inteiro [pois fornece os nutrientes NPK] e também é usado na fabricação de explosivos".

Já o também professor do Instituto de Química da Universidade de Campinas (Unicamp), Luiz Carlos Dias, disse que armazenar o produto em casa (um sólido granulado semelhante a um sal grosso) não causa grandes riscos, a menos que ele seja exposto a altas temperaturas. "É necessária uma combustão para ocorrer a explosão. Se havia uma grande quantidade do produto armazenado, uma temperatura acima de 300 graus pode o tornar explosivo. Um incêndio atinge essa temperatura facilmente", explicou.

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