As entidades que acompanham o problema da poluição do ar no Estado não acreditam mais no monitoramento atmosférico feito pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), na Ponta de Tubarão, em Vitória. Para elas, o órgão, que realiza o monitoramento desde 2002, afirma que as emissões estão controladas, deixando a desejar no controle e fiscalização do carregamento de navios na área.
Uma das reclamações foi feita pela Associação dos Amigos da Praia de Camburi (AAPC), que afirmou não acreditar ou confiar no órgão. Segundo a entidade, fotos feitas no último dia 15 demonstram de forma clara o escape de material sedimentado durante o carregamento de navios. “A fiscalização do Iema constatou isso? O Iema tem fiscalização 24 horas por dia? Quem registrou foi o cidadão! O cidadão fazendo o dever do órgão ambiental”, enfatizou a AAPC.
Apoiado pelo movimento Pó Preto, a cobrança é para que o órgão promova o monitoramento contínuo da Ponta de Tubarão, visto que o escape vem sendo ignorado pelo órgão. Diante dos novos dados divulgados pelo Iema sobre o aumento de 46% do pó preto que chega à região da Ilha do Boi, a entidade cobra a não concessão da Licença de Operação (LO) à Vale, no projeto da 8º usina .
O movimento Pó Preto afirma que mesmo com as medidas consideradas eficazes pelo Iema para conter a emissão atmosférica produzida pela Vale, o material particulado continua chegando às casas do bairro, como apontou o monitoramento realizado no Hotel Senac.
Os frequentadores da Praia de Camburi também fazem coro à insatisfação com a fiscalização do órgão. Segundo eles, enquanto o órgão afirma que a areia preta da região tem origem monazítica, nada é falado sobre o escape de partículas sedimentáveis que chega à casa dos capixabas. Eles criticam que o órgão informou – após inúmeras cobranças – o dado sobre as imissões (material particulado que se deposita em locais), porém, os que avaliam se as emissões (poluição atmosférica produzidas) aumentaram, ainda não foi divulgado pelo Iema.