Sexta, 26 Abril 2024

Fibria quer ampliar deserto verde no Estado

Fibria quer ampliar deserto verde no Estado

O presidente da Fibria (ex-Aracruz Celulose), Marcelo Castelli, declarou, em entrevista ao jornal A Gazeta, que gostaria de ter uma nova linha de expansão em Aracruz. A afirmação foi divulgada um dia antes do Dia da Árvore, quando também se comemora o Dia Internacional de Luta contra os Monocultivos de Árvores.



Segundo Castelli, a Fibria registrou seu nível histórico de produção em 2012 e é no Estado, mais exatamente no município de Aracruz, que está sediado o parque industrial da maior produtora de celulose do mundo. Cerca de 45% da produção da empresa está no Espírito Santo. Mas, essa produção pode aumentar ainda mais. Segundo  declarações feitas pelo secretário Estadual de Agricultura, Enio Bergoli, em seu twitter,  o Estado deverá aumentar sua produção de madeira nos próximos anos. 



“Participei de uma boa discussão com o presidente da Fibria, o amigo Marcelo Castelli, sobre o setor florestal capixaba. A floresta plantada no Estado corresponde a 54% da área total necessária ao atendimento da nossa demanda por madeira”, escreveu o secretário, em seu Twitter. 



Segundo Bergoli, há no Espírito Santo 250 mil hectares cobertos “por florestas plantadas” que deverá aumentar através do Projeto Reflorestar, que pretende ampliar em 30 mil hectares as áreas plantadas no Estado. Porém, segundo o secretário, o ideal seria atingir 450 mil hectares de 'florestas plantadas'. 



A expansão não agrada ambientalistas. As entidades da sociedade civil organizada se mobilizam nesta sexta-feira (21), em todo o País, para lutar contra a expansão dos monocultivos de eucalipto. No Estado, a mobilização ocorrerá por meio de um debate e do lançamento do livro Ambientalização do Bancos e Financeirização da Natureza, que faz uma reflexão sobre a atuais políticas socioambientais do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), assim como os impactos e a violação dos direitos humanos de projetos financiados pela instituição.



Organizado por João Roberto Pinto, coordenador do Instituto Mais Democracia, o livro aborda casos concretos que envolvem grandes corporações nas quase duas décadas de articulação nacional de instituições financeiras multilaterais. Entre os casos retratados pelo livro estão as atuações das empresas Aracruz Celulose (Fibria) e Suzano Papel e Celulose, atuantes no Estado. 



Para os ambientalsitas, enquanto empresas como a Aracruz Celulose e a Suzano ganham dinheiro explorando o meio ambiente, o mercado de celulose concentra terras e gera graves impactos sobre comunidades locais. 



No segmento da produção rural no Estado, o monocultivo já está presente em 28 mil propriedades rurais e, segundo ambientalistas, o número representa o avanço da atividade sob propriedades rurais, gerando o êxodo rural devido à limitação de emprego e de terra para trabalhar.  



Segundo eles, a madeira produzida no Estado abastece, sobretudo, o próprio mercado de celulose e o setor de siderurgia. 

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