Gestão de Pazolini não apresentou medidas concretas para poluição sonora na Mata da Praia

Moradores da Mata da Praia continuam sem solução definitiva para a poluição sonora provocada por quiosques da orla de Camburi após reunião com representantes da Prefeitura de Vitória realizada nessa quinta-feira (23). O encontro terminou sem medidas concretas, frustrando quem convive com o problema há mais de dois anos. “Ficamos no vácuo, sem ninguém que pudesse resolver nada”, afirmou Maria Lúcia Dellatorre, presidente da Associação de Moradores da Mata da Praia (AMMP).
Ela critica a ausência da vice-prefeita, Cris Samorini (PP), responsável pela Secretaria de Desenvolvimento da Cidade e Habitação (Sedec), e do secretariado da gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos), como Alexandre Ramalho, de Meio Ambiente, e Luciano Forrechi, de Governo, que enviaram representantes sem poder de decisão. Ramalho encaminhou uma auditora do Disque Silêncio, mas ela não tinha autoridade para adotar medidas, aponta Maria Lúcia.
Diante do impasse, a associação decidiu procurar a Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação de Vitória (CDTIV), sociedade anônima de direito privado de propriedade da prefeitura, responsável pelos 14 quiosques, concedidos à empresa Ecos Eventos Ltda, quem realuga os pontos comerciais para terceiros — como o Barlavento Beach Bar e o Repique Samba Lounge, os principais motivos das queixas.
Maria Lúcia relatou que conversou com Luzia Toledo, diretora de Turismo da companhia, que prometeu retorno e ações para reduzir o impacto do barulho, mesmo assim, sem divulgar detalhes sobre medidas específicas ou cronograma de fiscalização.
A presidente da associação também destacou o peso político do bairro. “A Mata da Praia tem mais de 13 mil votantes. Mesmo que a pessoa não vote em Pazolini, ele não pode se omitir. Nós pagamos os impostos, o IPTU [Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana] mais caro da cidade. Eu falei para ele que foi decepcionante. Até agora, não me respondeu”, afirmou, reiterando: “Os moradores estão cansados, queremos apenas o direito ao descanso e à qualidade de vida”.

Os limites de pressão sonora em Vitória são definidos pela Resolução 10/1998 do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Condema), que fixa o máximo de 50 decibéis das 22h às 7h, e 55 durante o dia em áreas residenciais. Em áreas comerciais, o limite é de 65 decibéis de dia e 55 à noite.
A ex-presidente da Associação de Moradores da Mata da Praia, Sílvia Morais, lembrou que as reclamações começaram ainda em 2023, quando moradores relataram prejuízos à saúde por causa do estresse e da privação de sono. Segundo ela, as festas ocorrem em espaço aberto, no formato de “pagode na laje”, e chegam a se estender de quinta a domingo – no verão, quase todos os dias da semana. Os eventos deste fim de semana estão previstos para começar às 18h na sexta e no domingo, e às 17h no sábado. “Começa no final da tarde e só termina à meia-noite”, relatou.

