Sexta, 17 Mai 2024

Instituto Nacional desenvolve projeto para conter erosão na praia de Guaxindiba

Instituto Nacional desenvolve projeto para conter erosão na praia de Guaxindiba
A diretora-geral do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado (DER-ES), Tereza Maria Sepulcri Netto Casotti, afirmou que o órgão possui um contrato com o Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) para que seja dada continuidade às obras de contensão do mar em Conceição da Barra (litoral norte capixaba), onde a maré provoca erosão na praia da Guaxindiba, destruindo benfeitorias e causando prejuízos à população local.



De acordo com Tereza, o INPH já foi responsável pelos estudos da primeira fase do projeto, para conter a erosão nas praias Central e da Bugia, e está em fase de elaboração do projeto para contensão da erosão na praia da Guaxindiba.
 
A expectativa da diretora-geral do DER é de que o orçamento e o edital de obras sejam divulgados em 40 dias e que, em breve, um retorno concreto seja apresentado à população, tanto sobre a construção das novas contensões quanto para a manutenção das que já existem.



A respeito do ofício enviado pela Prefeitura de Conceição da Barra ao DER, no qual solicita atenção e máxima prioridade à elaboração do projeto de proteção da região da Guaxindiba, bem como uma manutenção nas estruturas das orlas Central e da Bugia, que já sofrem erosões, Tereza informou que o INPH incluirá nos estudos sobre a Guaxindiba uma avaliação das estruturas antigas, relatando a situação atual da obra.
 
O processo erosivo na Guaxindiba começou em 2011, quando a vegetação à beira-mar começou a ser destruída meses após a construção da obra de contenção do bairro Bugia. Lá, foram construídos cinco quebra-mares e um espigão, também conhecido como esporão, uma estrutura que modifica o fluxo das correntes marítimas. Esses teriam a intenção de justamente conter a devastação registrada por cerca de 20 anos no bairro. Em 2006, o bairro Bugia chegou a ter 80% do seu território destruído pela erosão. Entretanto, em 2011, a força do mar destruiu parte da obra da Bugia e, pela primeira vez, atingiu com gravidade a praia de Guaxindiba, que desde então sofre os efeitos devastadores da corrente marítima. 
 
As estruturas da Bugia foram construídas pelo DER-ES, autarquia vinculada à Secretaria de Estado dos Transportes e Obras Públicas (Setop), e inauguradas em dezembro de 2010 pelo então governador Paulo Hartung (PMDB). O custo total da construção foi de R$ 50 milhões e até então, quatro anos após a entrega das obras, nenhuma manutenção foi realiza. A corrosão, o sumiço da areia nas laterais e o aparecimento de processos erosivos já eram registrados pelos moradores dois anos após a obra.
 
No último dia 30 de maio, o governador Renato Casagrande esteve no município, reunido com o prefeito Jorge Donati (PSDB) e com a comunidade atingida pelo mar. Na ocasião, Casagrande solicitou a publicação de um decreto municipal para que as devidas providências pudessem ser adotadas. O decreto de Situação de Emergência foi publicado no dia 13 de junho, com validade de 180 dias mas, até então, o governo do Estado não deu um retorno concreto à comunidade.
 
De acordo com Mádio Dias Júnior, proprietário de uma pousada na Praia da Guaxindiba, há duas semanas o prefeito se reuniu com a comunidade e pediu que cada proprietário atingido enviasse um ofício à prefeitura solicitando anuência do município e o licenciamento ambiental para permitir intervenções particulares que impeçam a destruição das casas e pousadas. Entretanto, a prefeitura ainda não deu retorno à comunidade. Até agora, a única medida da administração municipal foi colocar sacos de areia na praia que, novamente, foram carregados pela força da maré.
 
A situação no balneário é preocupante, sobretudo para os donos de pousadas e comerciantes locais, que já perderam partes de suas propriedades e sofrem constantemente com a invasão da água do mar. Segundo Mário, desde 2011 o mar avançou 69 metros na Guaxindiba, sendo que 44 metros eram de vegetação de restinga e outros 25 de areia seca, que não era atingida pela maré até então.
 
Entre os donos de pousadas, é comum encontrar aqueles que já tentaram proteger suas propriedades com sacos de areia, pedras e novas construções, que muitas vezes são novamente atingidas pelo mar, como aconteceu nessa última semana, com a ocorrência da chamada maré de lua cheia. O município tem o turismo como uma de suas principais atividades econômica.

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