Segunda, 29 Abril 2024

Julgamento da Adin do PDM de Vila Velha recomeça com retrocesso

Julgamento da Adin do PDM de Vila Velha recomeça com retrocesso

Na sessão do Pleno do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) desta quinta-feira (27), o desembargador Manoel Alves Rabelo votou pelo indeferimento da liminar que suspende a Lei nº 5.441, de 6 de setembro de 2013, até o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) que trata da sua sanção, interposta pelo Ministério Público Estadual (MPES) contra a Prefeitura e a Câmara de Vila Velha.



Para Rabelo, o deferimento da liminar poderia causar “dano ambiental e retrocesso social”, além de paralisar os empreendimentos imobiliários construídos a partir da lei. O desembargador também apresentou dados estatísticos do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Espírito Santo (Sinduscon-ES), que apontam ao todo 5.150 unidades imobiliárias nesta situação, das quais 2.320 já foram comercializadas, totalizando um investimento de cerca de E$ 1,4 bilhão.



A decisão pelo indeferimento da liminar foi acompanhada pelo desembargador Álvaro Bourguignon e o julgamento foi adiado após pedido de vista do desembargador Annibal de Rezende Lima.



A Adin é movida contra a Prefeitura e a Câmara de Vila Velha, pela sanção pelo prefeito Rodney Miranda (DEM) à Lei nº 5.441, de 6 de setembro de 2013, que modifica PDM e reedita artigos já consideradas inconstitucionais pela Justiça.



O julgamento teve início no mês de fevereiro, quando o relator, desembargador Dair José Bregunce de Oliveira, votou pela concessão do pedido de liminar que suspende a lei até o julgamento da Adin. Bregunce ressaltou que “há indícios de que não foi observado pela Câmara Municipal de Vila Velha o princípio da democracia participativa, não permitindo a ampla participação da população na lei ora impugnada”.



Posteriormente, o desembargador Adalto Dias Tistão pediu vistas do processo. Mas, na sessão seguinte, desculpou-se pelo pedido e colocou o processo novamente em votação, que também não aconteceu por falta de quórum. Em seguida, foi a vez de Rabelo pedir vistas do processo, prosseguindo com o julgamento nesta quinta-feira.



O Fórum Popular em Defesa de Vila Velha (FPDVV) tem expectativas de que os desembargadores enxerguem a sanção da lei como uma decisão que fere um julgamento anterior da própria corte. Sancionada no final de 2013, a lei estabelece parâmetros urbanísticos para o município, repetindo artigos que já haviam sido declarados inconstitucionais pela Justiça em ação civil pública da gestão Neucimar Fraga (PV). O processo atual, segundo MPES, também foi conduzido de forma ilegítima e sem o devido debate com a população. 



A sanção da nova lei do PDM permitiu que fosse revertida a situação dos empreendimentos que não possuíam nem autorização nem licença na gestão Neucimar. Além disso, permite que novas construções sejam feitas na área de amortecimento do Rio Jucu, o que pode agravar ainda mais a situação já alarmante dos alagamentos que ocorrem na região de Guaranhuns.



Estão em processo de licenciamento e de elaboração do projeto na região os empreendimentos Green Park, Alphaville, Riviera Park, Boulevard Lagoa e Villagio Santa Paula.



O MPES alega que existem mais de 358 projetos arquitetônicos protocolados até agora na Prefeitura de Vila Velha, sendo 105 referentes a empreendimentos de grande porte e de autoria de grandes construtoras e incorporadoras.



No ano passado, o MPES instaurou ação civil púbica contra Rodney Miranda e inquérito civil para apurar ato de improbidade administrativa do presidente da Câmara de Vila Velha, Ivan Carlini (DEM).

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