Quinta, 02 Mai 2024

Jurong não tem estrutura de saúde para atender trabalhadores

Jurong não tem estrutura de saúde para atender trabalhadores
Mais de 20 funcionários da empreiteira Loyman, que presta serviços à Jurong na construção do estaleiro em Aracruz, norte do Estado, tiveram um mal-estar na manhã desta quarta-feira (16) e, devido à falta de estrutura adequada de atenção à saúde no canteiro de obras, tiveram que ser atendidos no Ponto Atendimento (PA) de Barra do Riacho, localidade onde se localiza o empreendimento.

 
A informação é da ONG Amigos da Barra do Riacho, que acompanha de perto os impactos da instalação do Estaleiro Jurong Aracruz (EJA). Segundo Herval Nogueira Junior, presidente da entidade, o problema está na falta de estrutura de assistência básica na construção do estaleiro, e não no fato de a estrutura já existente ter que ser revertida para o atendimento dos trabalhadores que, logicamente, têm direito à atenção pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A ONG ainda não identificou a origem da contaminação, mas atenta para a desorganização nas obras do estaleiro. 
 
Herval ainda lembra que o problema acontece em uma época em que os moradores da Barra do Riacho lutam pela melhoria no atendimento do PA que, por exemplo, só funciona por 12 horas. Muitos moradores deixaram de ser atendidos por conta do mal-estar que acometeu os trabalhadores da Jurong em horário de trabalho, que deveriam ser atendidos por uma estrutura de saúde disponibilizada pela própria empresa.
 
Desde 2010, o município recebe trabalhadores de diversas partes do País, atraídos pelas promessas de emprego oferecidas pela Jurong. Estas, no entanto, não passam da fase de obras. Depois, esse contingente populacional engrossa os bolsões de miséria da região, agravando os problemas sociais já registrados, como aumento da criminalidade e da prostituição e carência de serviços básicos para a população de saúde e educação, como observado no acontecimento desta quarta-feira.
 
Desde o ano passado, o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil do Estado (Sintraconst) vem organizando ações que têm como norte a melhoria das condições de trabalhos no canteiro de obras da Jurong e, inclusive, foram alvo de criminalização por parte da empresa, que os acusou de atrasarem a construção da primeira sonda, chamada de Arpoador. 
 
As principais reivindicações são melhoria no valor do salário da função de operador de guindaste; aumento na cesta básica para o valor de R$ 750; horas-extras no valor de 70% durante a semana e 150% aos sábados, domingos e feriados; e realização da eleição da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) das empresas recém-chegadas, além de um espaço para refeições, centro de vivência, número maior de banheiros e cartão-alimentação.
 
Outra reivindicação é a priorização da empregabilidade aos moradores que sofrerão os impactos sociais e ambientais diretos da construção do estaleiro. Em reunião na semana passada, a Jurong se comprometeu a dar preferência aos trabalhadores de Barra do Riacho e Barra do Sahy na contratação para as obras do estaleiro. Embora obrigada, a Jurong não vem cumprindo condicionantes definidas no licenciamento ambiental do empreendimento, como esta, que determina que 80% da mão de obra do estaleiro, tanto em fase de instalação como em fase de operação, devem ser destinadas à população local.

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