O líder comunitário José Geraldo Lazarini (foto), responsável por denunciar agressões ambientais no bairro de Ulisses Guimarães, em Vila Velha, sofreu um novo ataque. Desta vez, Lazarini teve pedras arremessadas em sua direção quando passava de moto pelo bairro e duas bombas lançadas no portão da casa onde mora. A ameaça, segundo ele, é constante e visível: “a polícia já sabe quem são e como agem, mas não faz nada”.
Sob ameaça desde que denunciou uma obra de construção de um pátio de estocagem, a informação é que o líder comunitário estaria sendo perseguido também por ex-funcionários da empresa responsável pelas intervenções, hoje embargadas. Entre as ações já denunciadas estão ataque a tiros, apedrejamento e roubo de fiação elétrica, todos tendo como alvo a casa de Lazarini.
Segundo ele, algumas famílias afetadas pelo embargo da obra estão envolvidas nas agressões. “Elas não sobrevivem mais disso, mas continuam me intimidando. Antes, viviam da cata de restos da indústria siderúrgica (um material conhecido como ferrinho), utilizado no aterro, iniciado em 2009”, informou o líder comunitário.
A denúncia de um aterro ilegal por José Geraldo Lazarini virou caso de polícia em outubro de 2011. Na ocasião, ele denunciou o aterro de um córrego com mais de quatro metros pela empresa registrada no nome de Dailton Perim, de CNPJ 450141837-00, com licença apenas para atividade de pátio de estocagem, armazém ou depósito de material de construção. A agressão ambiental foi informada ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e à prefeitura de Vila Velha, porém sem sucesso.
Durante o segundo ataque sofrido, Lazarini foi acordado de madrugada com sua casa sendo apedrejada, se assustou, e acabou disparando um tiro para o alto na tentativa de espantar quem atacava sua residência. Ele ficou preso por mais de 20 dias, mas os agressores continuaram na região. Na época, o Fórum Popular em Defesa de Vila Velha alertou as autoridades sobre as freqüentes intimidações sofridas pelo líder comunitário e sua família.
Nesta segunda-feira (30), Lazarini esteve com representantes do Conselho Estadual de Direitos Humanos. Ele não pretende deixar a região onde mora, portanto, sua proteção depende da ação da polícia. Amigos do líder comunitário e militantes dos direitos humanos tentam garantir sua segurança.