Sexta, 17 Mai 2024

MMA determina criação de força-tarefa para proteção da onça-pintada

MMA determina criação de força-tarefa para proteção da onça-pintada
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, determinou a criação de uma força-tarefa para proteger e evitar a extinção da onça-pintada (Panthera onça Linnaeus). O animal é ameaçado pela caça predatória e, sobretudo, pela degradação de seu habitat natural, a Mata Atlântica. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), atualmente, menos de 200 animais habitam a região entre o Espírito Santo e o Iguaçu, no sul do Brasil.
 
A determinação da ministra viabiliza ações emergenciais estabelecidas no Plano de Ação Nacional para Conservação da Onça-pintada, o PAN Onça-pintada, aprovado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), conforme a Portaria nº 63/2014. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) coordenará as ações para a proteção do animal e coibição da caça, e o ICMBio e as Polícias Federal e Rodoviária Federal serão colaboradores do trabalho.
 
Essas pequenas populações do animal, que pode atingir mais de 150 quilos e 2,41 metros, estão encurraladas e isoladas em pequenas áreas, o que impede sua migração de um local para outro trecho de floresta, sem risco de abate e atropelamento. A onça é considerada o maior felino e é o maior predador das Américas. É o único representante atual do gênero Panthera no continente. Por ser o maior predador, controla toda a cadeia alimentar e o equilíbrio ecológico dos ambientes onde vive.
 
De acordo com estudos desenvolvidos pelo naturalista Augusto Ruschi em solo capixaba, a onça-pintada precisa percorrer 300 hectares por dia para se alimentar. Isso acontece porque o seu sistema digestivo é curto, o que faz com que sua digestão seja muito rápida e o animal precise de mais alimentos em um menor período de tempo. A devastação das florestas entre o norte do Estado, o leste de Minas Gerais e o sul da Bahia, por conta da grande concentração de madeiras como a peroba do campo e os jacarandás, de alto valor comercial, provocou a migração do animal em direção à Reserva Biológica (Rebio) de Sooretama.
 
A superpopulação de onças na área provocou um desequilíbrio na cadeia alimentar e, na época, Ruschi contabilizou cerca de 300 indivíduos em uma área extremamente pequena para que todos vivessem em harmonia e em condições de se alimentarem. Como constituem o topo da cadeia, a superpopulação fez com que houvesse um decréscimo na população de porcos do mato e, dessa forma, as onças precisaram buscar alimento nas propriedades rurais, onde começaram a atacar bezerros.



Assim, a caça aos animais começou a ser feita pelos fazendeiros ou por caçadores especialistas em matar o animal, os chamados gaiteiros. Os gaiteiros, inclusive, com a devastação crescente na Mata Atlântica e, sobretudo, com a usurpação das terras pelos plantios de eucalipto da Aracruz Celulose (Fibria), viram a derrubada de seu ofício, uma vez que a população de onças também veio a decair, em consequência da degradação.
 
Como informa o MMA, o fato de a Mata Atlântica estar localizada em regiões densamente povoadas fez com que fosse acelerada, ao longo dos anos, a degradação da maior parte da sua floresta nativa, cuja destruição impede a reprodução de animais que compõem a cadeira alimentar da onça-pintada. Hoje o animal está confinado nos pequenos fragmentos remanescentes, que constituem principalmente as unidades de conservação, que têm área de ocupação de 30.382 quilômetros quadrados. A perda e a degradação do hábitat, como lembra o ministério, são umas das ameaças mais sérias enfrentadas pela espécie, influenciando negativamente na qualidade e capacidade de suporte do ambiente.

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