Sexta, 19 Abril 2024

Morador do entorno da Fonte Grande é o primeiro líder comunitário a gerir o parque

Jean_dos_Santos_fontegrande_FelipeMansur_Semmam Felipe Mansur/Semmam
Felipe Mansur/Semmam

Há duas semanas, a rotina de um morador do bairro Santa Tereza, em Vitória, ganhou novas funções. Jean dos Santos, que era voluntário no Parque Fonte Grande, se tornou gestor do local. É a primeira vez que alguém das comunidades do entorno assume a administração da unidade de conservação.

Foram 10 anos atuando como voluntário, cinco deles como guia para visitantes. Por ser vizinho do parque, Jean sempre teve uma relação próxima com o local, mas foi após um curso ofertado pela Prefeitura de Vitória que ele se tornou voluntário.

Após anos de dedicação, o capixaba foi convidado a gerir o parque. "Eles fizeram uma reunião e viram a importância de um morador da própria comunidade trabalhar aqui", conta.

Agora, Jean é responsável por verificar se as trilhas estão de acordo com o plano de manejo do parque, além de gerir a estrutura da sede e dos mirantes que existem no local.

O capixaba, que é líder comunitário, também é responsável por manter o diálogo com as comunidades localizadas no entorno, promovendo ações de educação ambiental. "Uma das maiores necessidades é juntar as comunidades do entorno para participar, falar da importância de um parque estadual", explica.

História

Jean nasceu e cresceu na capital capixaba. A família, no entanto, veio do interior do Espírito Santo.

"Meus avós chegaram aqui em uma década que foi muito difícil no interior do Estado, que teve uma seca enorme na área do café, na agricultura. Eles vieram para cá, a Capital, arrumar emprego e ter uma vida melhor", enfatiza.

As memórias da infância foram todas construídas nos 217 hectares do parque. "A natureza sempre me chamou atenção e eu sempre gostei de brincar em torno do Fonte Grande", ressalta.

Recuperação e conscientização

Há dez anos, Jean promove ações de combate à caça predatória, às queimadas e à captura irregular de mudas. Ele acredita que as ações têm gerado resultados e essas irregularidades têm diminuído.
Arquivo Pessoal
Com o apoio de um grupo do Parque do Caparaó, o gestor também trabalhou na recuperação de duas nascentes na Área de Proteção Ambiental (Apa) do Parque Fonte Grande. "Fizemos um sistema de caixas secas no chão para captar e fazer o armazenamento da água da chuva", explica.

Esse não é o único projeto do líder comunitário. Juntamente com coletivos capixabas, Jean já realizou uma série de ações voltadas para a conscientização ambiental, plantio de mudas e preservação de abelhas nativas.

"O parque necessita disso. É um trabalho de mãos dadas com a comunidade", afirma.

O Parque

Situado no Maciço Central da Ilha de Vitória, o Parque Estadual da Fonte Grande é a última área contígua de grande porte com vegetação característica de encostas da Mata Atlântica.

Com 217,58 hectares, registra a presença de répteis, invertebrados, pequenos mamíferos e aves. Em suas encostas, estão localizadas várias fontes e bicas, com destaque para São Benedito, Cazuza e Morcego. O local também possui um Centro de Educação Ambiental (CEA).

O relevo é acidentado e inclui vales e pontões. O ponto culminante atinge quase 309 metros. A região tem mirantes naturais, que permitem ver Vitória e seu entorno sob diversos ângulos. 

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Comentários: 3

Jarilson da costa Batista em Domingo, 18 Abril 2021 14:23

Sempre sabiá da importância que VC teve ao parque, parabéns pelo reconhecimento,tô aqui a tua disposição

Sempre sabiá da importância que VC teve ao parque, parabéns pelo reconhecimento,tô aqui a tua disposição
Ivan em Domingo, 18 Abril 2021 15:35

Boa tarde
As trilhas do então chamado maciço central, estão sendo utilizadas por traficantes das áreas do entorno.
O que vcs estão fazendo para que nós visitantes ( moradores) poderemos fazer trilha?

Boa tarde As trilhas do então chamado maciço central, estão sendo utilizadas por traficantes das áreas do entorno. O que vcs estão fazendo para que nós visitantes ( moradores) poderemos fazer trilha?
Igor em Quinta, 13 Mai 2021 10:15

Essa é uma questão que deve ser tratada pelo GCMV e pela PM, que raramente aparecem no interior do parque ou por suas trilhas.

Essa é uma questão que deve ser tratada pelo GCMV e pela PM, que raramente aparecem no interior do parque ou por suas trilhas.
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