Sexta, 17 Mai 2024

Moradores de Conceição da Barra aguardam posição do governo sobre erosão em Guaxindiba

Moradores de Conceição da Barra aguardam posição do governo sobre erosão em Guaxindiba
Os moradores de Conceição da Barra (litoral norte capixaba) aguardam uma resposta do governo do Estado a respeito das obras de contenção do avanço do mar na praia de Guaxindiba. A pedido do governador Renato Casagrande, a prefeitura do município publicou, no último dia 13, um decreto de Situação de Emergência, válido por 180 dias, para a contratação de serviços em caráter emergencial. Entretanto, dez dias depois, a população ainda não recebeu um retorno sobre o início das intervenções, como informou a vereadora Nildécia Vieira de Oliveira, mais conhecida como Nega (PDT), que acompanha a discussão no município.
 
No último dia 30 de maio, em reunião com o prefeito Jorge Donati (PSDB) e os moradores do município, o governador solicitou a publicação do decreto para que as devidas providências pudessem ser adotadas. Na ocasião, a comunidade entregou ao prefeito e a Casagrande um abaixo-assinado com mais de 1.300 pessoas, solicitando que fossem tomadas providências para impedir a degradação em Guaxindiba. O governador também havia informado aos moradores, no encontro, que um projeto definitivo para a contenção do mar na Praia de Guaxindiba estaria em elaboração, com previsão de apresentação do mesmo em agosto deste ano. 
 
A situação no balneário é preocupante, sobretudo para os donos de pousadas e comerciantes locais, que já perderam partes de suas propriedades e sofrem constantemente com a invasão da água do mar. Segundo Mário Dias Junior, proprietário de uma pousada no local, desde 2011 o mar avançou 69 metros, sendo que 44 metros eram de vegetação de restinga e outros 25 de areia seca, que não era atingida pela maré até então.



Entre os donos de pousadas na região, é comum encontrar aqueles que já tentaram proteger suas propriedades com sacos de areia, pedras e novas construções, que muitas vezes são novamente atingidas pelo mar. O município tem o turismo como uma de suas principais atividades econômicas. 
 
O processo erosivo na Guaxindiba começou em 2011, quando a vegetação à beira-mar começou a ser destruída meses após a construção da obra de contenção do bairro Bugia. Lá, foram construídos cinco quebra-mares e um espigão, também conhecido como esporão, uma estrutura que modifica o fluxo das correntes marítimas. Esses teriam a intenção de justamente conter a devastação registrada por cerca de 20 anos no bairro. Em 2006, o bairro Bugia chegou a ter 80% do seu território destruído pela erosão. Entretanto, em 2011, a força do mar destruiu parte da obra da Bugia e, pela primeira vez, atingiu com gravidade a praia de Guaxindiba, que desde então sofre os efeitos devastadores da corrente marítima. 
 
As estruturas da Bugia foram construídas pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Estado (DER-ES), autarquia vinculada à Secretaria de Estado dos Transportes e Obras Públicas (Setop), e inauguradas em dezembro de 2010 pelo então governador Paulo Hartung (PMDB). O custo total da construção foi de R$ 50 milhões e, de acordo com Mário, as manutenções na estrutura já deveriam ter sido realizadas, mas até então, quatro anos após a entrega das obras, nenhuma ação nesse sentido foi realiza. A corrosão, o sumiço da areia nas laterais e o aparecimento de processos erosivos já eram registrados pelos moradores dois anos após a obra.

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