Sexta, 19 Abril 2024

MST doou 15 toneladas de alimentos a comunidades periféricas do Estado

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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realiza uma campanha a nível nacional para doação de alimentos para as comunidades mais empobrecidas afetadas pela crise do novo coronavírus. No Espírito Santo, os diversos assentamentos estão se organizando e realizam ações que já somam mais de 15 toneladas de alimentos, que chegaram a mais de mil famílias da Grande Vitória e do interior.

No último 1º de Maio, Dia do Trabalhador, só as brigadas Zumbi dos Palmares, que reúnem assentamentos de São Mateus e Jaguaré, doaram cerca de três toneladas de alimentos, encaminhados a nove comunidades periféricas de São Mateus pelo MST em parceria com a Cáritas. Além disso, 12 militantes do MST foram ao hemocentro do município doar sangue, outra ação que o movimento está mobilizando a nível nacional, devido às baixas reservas dos bancos de sangue em todo país.


Jovens engajados na organização e distribuição de alimentos no Assentamento Zumbi dos Palmares, em São Mateus. Foto: MST

"E não doamos qualquer alimento, mas um alimento saudável, sem agrotóxicos, e junto com ele levamos informações de que o alimento é fruto do trabalho de homens e mulheres que moram nas áreas de assentamento, fruto da luta pela terra e pela reforma agrária, da luta pela transformação social, que deve ser uma luta de todos", afirma. Além dos alimentos que plantam, os assentados e o movimento também doaram alguns itens essenciais que tiveram que ser comprados.

Muitos moradores de Vitória também têm recebido doações semanais de diversos assentamentos de municípios como Linhares, Santa Teresa, Pinheiros e Montanha. As doações do movimento são destinados à Central de Doações e Distribuição de Alimentos do Centro de Vitória, que redistribui para quem necessita nos bairros do entorno como Piedade, Fonte Grande, Santa Clara, Moscoso e Morro da Capixaba.

Doação de sangue em São Mateus. Foto: MST

Dirigente do MST que faz a articulação com os produtores em Vitória, Valdenir Ferraz estima que já passam de 15 toneladas de alimentos vindos dos assentamentos, que servem de forma complementar com outros alimentos doados por pessoas e empresas numa articulação que envolve associações de moradores, sindicatos, igrejas e organizações não-governamentais. Assentamentos de outros municípios ainda estão organizando a produção para enviar mais doações. Ao todo, as doações da Central de Distribuição atingiram cerca de 2,5 mil pessoas.

"Precisamos ser solidários, principalmente com as famílias das periferias dos centros urbanos, que não têm como trabalhar, já que o mais sensato e recomendado é ficar em casa e se cuidar neste momento em que a doença ainda vai alcançar seu pico de contaminação", pontua Eliandra Fernandes, da coordenação estadual do MST.

Ela ressalta que os agricultores do movimento têm se esforçado para conseguir fazer as doações, mas que é necessário também que as prefeituras e o governo do Estado criem mecanismos de compra de alimentos da agricultura camponesa para que seja possível atender todas famílias necessitadas nas cidades e também apoiar a geração de renda para os trabalhadores do campo.

Além das doações, o Movimento Sem Terra elaborou uma cartilha com oito recomendações para cuidado e prevenção contra o coronavírus para os camponeses. O MST do Espírito Santo criou também uma conta no Instagram para divulgar ações, campanhas e reflexões sobre o atual momento. Para as crianças, o movimento realiza o Desafio Sem Terrinha, com a proposta de realização de um desenho por dia sobre temas sugeridos. 

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