Sexta, 03 Mai 2024

OMS: quase 90% da população urbana mundial está exposta à poluição excessiva

OMS: quase 90% da população urbana mundial está exposta à poluição excessiva
Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado nesta quarta-feira (7) alerta que quase nove em cada dez habitantes das cidades do mundo estão sujeitos a níveis de poluição acima do aceitável pelos padrões da organização. Apenas 12% das pessoas que vivem nas cidades compreendidas no estudo respiram ar que respeita as diretrizes internacionais.
 
Os principais motivos elencados pela OMS para a deterioração da qualidade do ar são a dependência dos combustíveis fósseis, como as centrais elétricas movidas a carvão; o uso de veículos particulares motorizados, a ineficiência energética dos edifícios e o uso de biomassa na cozinha e no aquecimento.
 
No estudo, foram incluídas 1.600 cidades de 91 países, das quais a maioria não cumpre as diretrizes da OMS sobre níveis seguros de poluição do ar, expondo seus habitantes a condições nocivas à saúde. O estudo também aponta que cerca de metade da população urbana está exposta a níveis de poluição que são pelo menos 2,5 vezes mais altos do que os limites estabelecidos pela OMS.
 
Na maioria das cidades, apesar do número de medições da qualidade de seu ar terem aumentado, a comparação com anos anteriores mostra que a situação está piorando. Segundo a diretora-geral adjunta da OMS para a Saúde da Família, Criança e Mulher, Flavia Bustreo, à Agência Brasil, há cidades em que é impossível ver a linha do horizonte, devido à concentração de poluição no ar, o que reflete em riscos constantes para a saúde.
 
O relatório também aponta que medidas como a proibição do uso de carvão para o aquecimento de edifícios, a utilização de combustíveis renováveis ou limpos para a produção de energia e a melhoria da eficiência dos motores dos veículos são instrumentos usados nas cidades que obtiveram melhorias significativas na qualidade do ar. O apelo da organização é para que os países apliquem políticas de mitigação da poluição do ar e vigiem de perto a situação nas cidades de todo o mundo.
 
O relatório incluiu 40 cidades do Brasil, nenhuma do Espírito Santo. Entres as avaliadas, apenas Salvador, capital da Bahia, obteve uma média anual de partículas inaláveis abaixo do limite estabelecido pela OMS, que é de 20 microgramas por metro cúbico. A capital baiana atingiu 17 microgramas por metro cúbico. No outro extremo, Santa Gertrudes, no interior do estado de São Paulo, foi a que obteve o maior índice, chegando a 81 microgramas por metro cúbico. Entre as capitais, as mais poluídas são o Rio de Janeiro, com 67 microgramas por metro cúbico, e Belo Horizonte, com 52 microgramas por metro cúbico.
 
Em março, dados divulgados pela mesma organização, estimaram que, somente no ano de 2012, cerca de 7 milhões de pessoas morreram devido à exposição à poluição do ar, que se transformou no maior fator de risco ambiental para a saúde no mundo. 
 
No Espírito Santo, onde as atividades da Vale e ArcelorMittal geram inúmeros prejuízos ao meio ambiente e aos moradores da Grande Vitória, sequer há o monitoramento do material particulado (PM) 2,5, as partículas mais finas e, portanto, mais agressivas à saúde. O Estado ainda tem como base os padrões de poluição do ar do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), defasados há 35 anos. 



Nos últimos levantamentos divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Vitória apareceu em posições negativas no ranking nacional, como uma das capitais mais poluídas do País. Em 2008 superou a capital São Paulo em índices de partículas totais em suspensão (PTS) e partículas inaláveis (PM10). Os registros atingiram 717 mg/m³ de PTS e 669 mg/m³ de PM10, quando o padrão do Conama prevê, respectivamente, de 240 e 150 mg/m³, já considerados elevados.
 

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