Quinta, 02 Mai 2024

Parque Natural urbano em Dores do Rio Preto terá nome escolhido pela população

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Meu Recanto, Meu Paraíso, Rota Verde, Lagarto, Aves, Pomba Branca, Templo Verde, Inspirações, Santo Paraíso...esses são alguns dos nomes já postados no Instagram da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) de Dores do Rio Preto, como sugestões para denominar o parque natural que a prefeitura intenciona criar sobre um fragmento florestal de 16 hectares no centro da cidade.

Outras sugestões também estão chegando por meio de telefone (3559-1313) e diretamente na sede da secretaria. A consulta deve continuar aberta até a próxima segunda-feira (6) e, a princípio, é a última etapa para que o projeto de lei seja finalizado com a proposta oficial de criação da unidade de conservação e enviado para a Câmara de Vereadores.

"O objetivo é assegurar a preservação do remanescente fragmento de mata atlântica, sua relevância ecológica e beleza cênica, além de conservação do patrimônio biológico nele existente, conforme diagnosticado em pesquisa científica", ressalta a Semma em suas redes sociais.

"Realizamos um estudo técnico sobre a fauna e flora local, uma Avaliação Ecológica Rápida (AER) e já delimitamos a área do futuro parque", comenta o secretário de Meio Ambiente, Juan Ricardo Carvalho Senna, sobre algumas das etapas já percorridas.

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Em agosto, houve também uma audiência pública na Câmara, onde a proposta de criar a unidade de conservação foi aclamada, com participação da população, incluindo estudantes do Curso Técnico de Turismo e Meio Ambiente da Escola [EEEFM] Pedro Alcântara Galvêas, ocasião em que uma das sugestões de nome de destaque foi Parque das Aves.

Na AER, feita com base em amostras coletadas em quatro pontos do fragmento florestal, não foi possível identificar muitas espécies da fauna, segundo consta o relatório técnico do estudo, assinado pelo biólogo da Semma Alessandro Brinati. "Estes resultados podem estar relacionados com as interferências antrópicas observadas na área como retirada de madeira, circulação de pessoas, presença de animais domésticos (cachorro) e até mesmo caça, o que pode está comprometendo a biota local. Porém, esses resultados não demonstram a real riqueza de mamíferos do cada ponto amostrado, sendo necessário mais estudos, principalmente com tempo maior de amostragem e períodos sazonais diferentes", justifica a equipe, coordenada pela bióloga Viviane da Silva Oliveira.

Já o levantamento de flora mostrou um número expressivo de espécies e que "o fragmento é composto por sub-bosque bem formado". Apesar do grande número de plantas características de estágios iniciais, o estudo mostra que há porções do fragmento compostas por árvores de médio a grande porte, com mais de 15 metros de altura, o que indica que "o fragmento florestal pertence a um estágio intermediário de regeneração".

Os resultados preliminares, afirmam os pesquisadores, indicam a necessidade de "ações que minimizem os impactos negativos sobre a fauna na área" e de "programas de educação ambiental e uso sustentável". Estes, ressaltam, "devem envolver a comunidade do entorno e não apenas visar a difusão da transmissão de regras e normas ambientais que devem ser adotadas em uma Unidade de Conservação".

Os técnicos sugerem ainda a criação futura de um "banco de sementes para produção de mudas de espécies nativas da flora local" e atividades de "interpretação de trilhas ecológicas" abertas à população.

A área já é utilizada para downhill, uma modalidade de mountain bike que utiliza áreas com muitos obstáculos para descida de alta velocidade. Essas trilhas esportivas, apontam o estudo, podem ser aproveitadas para instalação de trilhas interpretativas. "Além disso, nas proximidades do principal acesso à mata, existe um espaço amplo, com formato circular, que pode ser utilizado para instalação de controle de acesso, bancos e mesas, banheiros e outras infraestruturas para ampliar as possibilidades de uso da população local, bem como para regulamentação do uso do espaço e de ações de educação ambiental e conservação".

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Oásis

Município-sede da portaria capixaba do Parque Nacional do Caparaó, a maior UC do Estado, Dores do Rio Preto tem seu território dominado por monocultivos. Segundo o Atlas da Mata Atlântica do Espírito Santo de 2018, até 2015, 33,8% do território eram ocupados por pastagens, 18,9% com café, e 5,1% com eucalipto. Mata nativa ocupava apenas 17,6%, a mata em estágio inicial de regeneração 7,3%, e a macega, 4,5%.

Atualmente, além do Parna Caparaó, há somente mais duas unidades de conservação, ambas privadas, Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), uma delas contígua ao Parna, localizada em Mundo Novo, de propriedade da diretora-executiva do Consórcio Público Intermunicipal para o Desenvolvimento Sustentável da Região do Caparaó Capixaba (Consórcio Caparaó), Dalva Ringuier. Quando secretária de Turismo do município, foi dela a iniciativa de criar a atual UC, que será recategorizada conforme o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Snuc).

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