Domingo, 28 Abril 2024

Pedra da Cebola ficará fora de programa que vai autorizar cães em parques

gatinhos_pedra_cebola_fernando_2_arquivo_pessoal Arquivo pessoal

O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), se comprometeu a manter o Parque da Pedra da Cebola fora do programa que irá autorizar a entrada de cães nos parques da cidade. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira (2), em reunião com a deputada Janete de Sá (PSB), vice-presidente da Comissão de Proteção ao Meio Ambiente e aos Animais da Assembleia Legislativa, e com o secretário municipal de Meio Ambiente, Tarcísio José Föeger.

"O prefeito prometeu que, no trabalho que está sendo feito para abrir os parques para animais poderem passear, ele vai excepcionalizar o Parque da Pedra da Cebola, em razão de ter uma situação diferenciada", declarou Janete, referindo-se principalmente ao apelo feito pelo grupo de voluntários Gatinhos da Pedra da Cebola, que cuidam de mais de 100 gatos no local.

Os demais animais que vivem no local, sob cuidados da prefeitura – como patos, galinhas, gansos, pavão, além de lagartos, gambás e outros animais selvagens -, também foram lembrados. "A Pedra da Cebola não receberá cães, para evitar o estresse e incidentes com a colônia de gatos, aves e répteis que habitam o parque, além de preservar o meio ambiente", registrou a parlamentar.

A principal argumentação legal utilizada pela deputada foi o Código Estadual de Proteção Animal (Lei Estadual nº 8.060/2005), que proíbe que animais domésticos sejam colocados em ambiente de estresse e que prejudiquem sua dignidade e bem-estar.

A notícia foi imediatamente comemorada pelo grupo de voluntários. "Mais do que feliz, estou aliviado. Não tinha como passar por cima de princípios de preservação e prevenção. Tem coisa muito mais importante do que liberar cachorro. O prefeito ganhou pontos. Precisamos agora estudar melhorias", celebrou o médico neurocirurgião Fernando Furtado de Melo, um dos voluntários, responsável pela alimentação das oito colônias de gatos.

Arquivo pessoal

"O secretário de Meio Ambiente prometeu instalar câmeras de monitoramento no parque, agora vamos buscar melhorais. E eu quero ajudar. Vamos para o próximo passo agora, fazer o melhor para a sociedade, para todos", complementou.

O grupo tomou conhecimento da decisão do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) no início do mês, quando a previsão era de que a normativa municipal com a mudança nas regras sobre entrada de cães estava prevista para ser publicada no última sexta-feira (24). Com a abertura de um diálogo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam), a publicação foi adiada. Depois, foi realizada uma reunião nessa segunda-feira (27), ainda sem definição. 

"A partir do momento que a prefeitura soltar os cachorros, mesmo com coleira, os gatos vão fugir. As colônias [de gatos] vão ser dizimadas e eles também irão atacar outros animais. Não vejo bom senso nisso", repudiou Fernando na ocasião.

O grupo contabiliza oito colônias de gatos, além de alguns que vivem mais dispersos. "Todos são castrados e saudáveis, exceto três que foram abandonados essa semana. Mais de 20 estão com mais de sete anos da idade. São alimentados todos os dias, tratados, vermifurgados, fizeram exames de HIV e leucemia de gatos, os que testaram positivos foram retirados de lá. Eles vivem juntos com os outros animais em harmonia. Se fugirem de lá por causa dos cachorros, podem sofrer nas ruas e até invadir as casas das pessoas atrás de comida", explicou.

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Comentários: 3

Zé dos Patos em Quinta, 02 Março 2023 16:56

E o Horto de Maruipe???, também está nessa proibição??? o parque possuía animais soltos, patos, gansos....

E o Horto de Maruipe???, também está nessa proibição??? o parque possuía animais soltos, patos, gansos....
Alvaro Brandão em Domingo, 05 Março 2023 16:25

O maior predador urbano de pássaros é o gato doméstico.

O maior predador urbano de pássaros é o gato doméstico.
Victor em Domingo, 20 Agosto 2023 21:08

Entendo e respeito o cuidado e a dedicação que os voluntários do grupo Gatinhos da Pedra da Cebola têm pelos gatos e outros animais que habitam o Parque da Pedra da Cebola. Sem dúvida, seu trabalho é admirável e tem contribuído para o bem-estar desses animais. No entanto, é essencial considerar que um parque público, como a Pedra da Cebola, foi criado para ser um espaço de lazer e convivência para todos os cidadãos e seus animais de estimação.

Muitos moradores de Vitória, incluindo eu, possuem cães e sentem o desejo e o direito de poder passear com eles nesse lindo parque. Proibir a entrada de cachorros em um espaço público com base no argumento de que eles podem causar estresse aos gatos é uma decisão que parece não levar em consideração o direito igualitário dos cidadãos.

É importante lembrar que a maioria dos donos de cães é responsável e cuidadosa. Assim como os gatos do parque, nossos cães também são parte da nossa família, e sua segurança e bem-estar são prioridades para nós. Acredito que é totalmente possível encontrar um meio termo, onde gatos e cachorros possam coexistir no parque sem maiores problemas.

O argumento de que os cães causariam estresse aos gatos e outros animais do parque é válido, mas é preciso entender que os parques são locais de socialização para os cães, e isso faz parte do seu bem-estar. Se colocarmos restrições nesses espaços, estamos, de certa forma, restringindo também o bem-estar dos cães.

Outras cidades ao redor do mundo têm parques públicos onde cães e gatos coexistem harmoniosamente. Medidas como horários específicos para passeio, áreas delimitadas, e a educação contínua dos donos de pets são algumas das soluções já adotadas.

Por fim, é preciso lembrar que um parque público pertence a todos os cidadãos. Excluir uma parcela significativa da população, que deseja apenas desfrutar do espaço com seus animais de estimação, não é a solução mais justa. Em vez disso, deveríamos buscar maneiras de garantir que todos possam usufruir do parque de maneira harmônica e respeitosa.

Entendo e respeito o cuidado e a dedicação que os voluntários do grupo Gatinhos da Pedra da Cebola têm pelos gatos e outros animais que habitam o Parque da Pedra da Cebola. Sem dúvida, seu trabalho é admirável e tem contribuído para o bem-estar desses animais. No entanto, é essencial considerar que um parque público, como a Pedra da Cebola, foi criado para ser um espaço de lazer e convivência para todos os cidadãos e seus animais de estimação. Muitos moradores de Vitória, incluindo eu, possuem cães e sentem o desejo e o direito de poder passear com eles nesse lindo parque. Proibir a entrada de cachorros em um espaço público com base no argumento de que eles podem causar estresse aos gatos é uma decisão que parece não levar em consideração o direito igualitário dos cidadãos. É importante lembrar que a maioria dos donos de cães é responsável e cuidadosa. Assim como os gatos do parque, nossos cães também são parte da nossa família, e sua segurança e bem-estar são prioridades para nós. Acredito que é totalmente possível encontrar um meio termo, onde gatos e cachorros possam coexistir no parque sem maiores problemas. O argumento de que os cães causariam estresse aos gatos e outros animais do parque é válido, mas é preciso entender que os parques são locais de socialização para os cães, e isso faz parte do seu bem-estar. Se colocarmos restrições nesses espaços, estamos, de certa forma, restringindo também o bem-estar dos cães. Outras cidades ao redor do mundo têm parques públicos onde cães e gatos coexistem harmoniosamente. Medidas como horários específicos para passeio, áreas delimitadas, e a educação contínua dos donos de pets são algumas das soluções já adotadas. Por fim, é preciso lembrar que um parque público pertence a todos os cidadãos. Excluir uma parcela significativa da população, que deseja apenas desfrutar do espaço com seus animais de estimação, não é a solução mais justa. Em vez disso, deveríamos buscar maneiras de garantir que todos possam usufruir do parque de maneira harmônica e respeitosa.
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