Domingo, 05 Mai 2024

PL que aumenta área de eucalipto em Montanha é retirado de pauta

PL que aumenta área de eucalipto em Montanha é retirado de pauta
O projeto de lei que permitira o aumento da monocultura de eucalipto no município de Montanha, extremo norte do Estado, de 15% para 25%, foi retirado de pauta na Câmara de Vereadores. O motivo para isso, segundo informações de bastidores, foi a polêmica gerada pela articulação entre o prefeito do município, Ricardo Favarato (PMN), e a Aracruz Celulose (Fibria) e ainda devido à maioria dos vereadores ter manifestado posição contrário ao projeto.
 
A matéria seria votada no último dia 4. Entretanto, uma mobilização de 500 integrantes da Via Campesina suspendeu a sessão. Os militantes tinham a intenção de realizar uma reunião com o prefeito mas, em pleno horário de expediente, encontraram a prefeitura fechada e a entrada protegida por uma barreira de policiais.
 
Como instrumento de mobilização, a Via Campesina percorreu os bairros do município, promovendo debates sobre os impactos gerados pela monocultura e pelo agronegócio. A marcha terminou em frente ao Fórum de Montanha, onde tramitam denúncias de descaso e perseguição contra os assentados da região, que relatam pressão da Justiça, da polícia e do Grupo Simão.
 
O Grupo Simão teve mais de 17 mil hectares arrendados pela Aracruz nos municípios de Montanha, Pinheiros, Ponto Belo e Mucurici. A Suzano Papel e Celulose também arrendou 14 fazendas, totalizando seis mil hectares.
 
Segundo Soraia Reis Komoski, militante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) no município de Montanha, as 14 fazendas arrendadas pela Suzano eram de criação de gado, mas voltaram para a posse da União devido à falta de pagamento de impostos. Já as terras que estão sendo requeridas pela Aracruz já estão destinadas à reforma agrária – inclusive, por questões burocráticas, as famílias ainda não podem ocupar a região, por isso estão vivendo à margem da rodovia, sem fazer usufruto das propriedades naturais presentes ali.
 
Soraia também informou que Montanha está sob situação de emergência por conta da seca, cada vez mais agravada pela monocultura de eucalipto. As populações urbanas e rurais são prejudicadas pela escassez de água. A região também sofre com a pecuária extensiva e o uso indiscriminado de agrotóxicos.

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