Segunda, 06 Mai 2024

População local desconhece projeto do porto da Nisibra

Conforme divulgou o jornal A Tribuna nesse sábado (24), será construído ainda neste ano o porto da Nisibra em Jaburuna, Vila Velha. O projeto, quer vem sendo anunciado há quatro anos e já foi licenciado, é um complexo que dará apoio à atividade petrolífera em alto-mar e ainda contará com um estaleiro que realizará reparos em embarcações. No entanto, a população ainda desconhece o projeto do porto.
 
Segundo Brás Galina, da Associação dos Amigos do Parque da Mantegueira, não houve audiência pública para apresentar o projeto à comunidade, que se preocupa com a geração de empregos, mas está apreensiva diante da falta de transparência sobre a chegada do novo porto ao município.
 
Como é informado em A Tribuna, apenas 150 vagas de emprego serão criadas na primeira fase de operação, quando um cais em formado de L invertido será construído, medindo 308 metros acostáveis em uma área de 54 mil metros quadrados.
 
A situação reflete o cenário da ocupação do litoral capixaba com a pretensão de que mais de 30 projetos portuários sejam instalados no Estado. Em Vila Velha, também causa preocupação aos moradores o projeto do superporto que está planejado para a Ponta da Fruta, em uma área ambientalmente diversa e com ocupação restrita.
 
Documento anexado ao estudo da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) sobre o superporto e apresentado por Irene Léia em audiência pública sobre o empreendimento, em março deste ano, registra que a Vale, a ArcelorMittal, a Gerdau e a Usiminas declaram que se tal empreendimento fosse instalado em Praia Mole, na Serra, haveria um desalinhamento com planejamento elaborado pela ONG Espírito Santo Em Ação, que representa os interesses do empresariado no Estado.
 
Em outras palavras, causaria “severas interferências nos planos de expansão das empresas já instaladas no local”, justamente a Vale e a Arcelor. O projeto do porto foi, então, transferido para a Ponta da Fruta, onde causará inúmeros prejuízos a moradores e pescadores tradicionais, intensa degradação ambiental e usurpação do espaço da praia. 
 
O estudo da Codesa não ignora que a região da Ponta da Fruta, atualmente a mais cotada para a instalação do porto de águas profundas, tem condições de mobilidade urbana e de logística portuária totalmente desfavoráveis à instalação do empreendimento. Também detalha que a construção do superporto no balneário de Vila Velha sairá muito mais cara do que em Praia Mole. Entretanto, a escolha da região é apontada no estudo como um “refinamento técnico” dos resultados obtidos.
 
Em fevereiro deste ano, os deputados Roberto Carlos (PT), Luzia Toledo (PMDB), Theodorico Ferraço (DEM), Janete de Sá (PMN), Nilton Baiano (PP), Hércules Silveira (PMDB), Atayde Armani (DEM), Elcio Alvares (DEM) e Aparecida Denadai (PDT), além do prefeito Rodney Miranda (DEM), entregaram um manifesto ao governador Renato Casagrande com o objetivo de garantir a construção do superporto em Vila Velha. Os deputados sugeriram que fosse feito um decreto de desapropriação da área em Ponta da Fruta como reserva técnica, o que impediria a instalação de outros empreendimentos no local. O pedido foi acatado pelo governador.

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