Sexta, 03 Mai 2024

Praia de Santa Mônica tem problemas de infraestrutura e saúde urbana

Praia de Santa Mônica tem problemas de infraestrutura e saúde urbana
Na praia de Santa Mônica, em Guarapari, é possível presenciar o descaso do poder público com questões ambientais que vão desde a falha recuperação da restinga até o despejo de esgoto não tratado.
 
A denúncia é de Ivo Sant’Anna, ex-presidente do Conselho Popular de Vitória e morador de Guarapari. Ele classifica como "abandonada" a região entre a divisa com a cidade vizinha de Vila Velha e o pedágio da Rodosol. O morador conta que o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) determinou que a Prefeitura de Guarapari fizesse a recuperação da restinga da praia de Santa Mônica, atividade que foi repassada a uma ONG.
 
Assim, foi plantada na praia uma espécie conhecida como "verônica branca" que, segundo Ivo, serve de esconderijo de drogas e armas. Além disso, a falta de limpeza nos matagais provoca a proliferação de animais que transmitem doenças, como ratos, baratas e mosquitos. Segundo ele, agora, o Iema não aprova a retirada da vegetação, que oferece riscos aos moradores e banhistas.
 
Também há problemas com a construção da orla da praia, como aponta o morador do município. Quiosques inacabados e um calçadão descrito como “uma colcha de retalhos” completam a paisagem desastrosa, construída gradual e vagarosamente por funcionários que trabalham de forma esporádica no local.
 
Outro problema é o esgoto que polui a baía de Santa Mônica, que chega ao mar pelos rios Perocão, onde são despejados os dejetos da região da Praia do Morro e Una, que recebe esgoto da região do parque Thermas Internacional e dos vários loteamentos que existem nas proximidades.
 
Sobre esse assunto, Ivo diz ter entrado em contato com a Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan), que respondeu que não há projetos para a despoluição dos rios, sequer para o tratamento do esgoto. Os projetos da Cesan só se concentram no abastecimento de água da região.
 
O rio Perocão, já com tal nível de poluição, sofrerá ainda mais interferências caso haja a construção do Empreendimento Residencial e Turístico Três Praias, projeto feito para a região homônima, polêmica pelas várias construções que já tentaram adentrá-la, marcadas por forte resistência da sociedade civil.
 
No próprio Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (Eia/Rima) do projeto, admite-se que o rio Perocão pode ser indiretamente afetado pela água que circula pelo empreendimento e desemboca nele. A movimentação de terra nas obras civis e o lançamento de resíduos sólidos domiciliares são os passivos apontados como causa da interferência nos recursos hídricos da obra. O empreendimento ainda não está licenciado pelo Iema e sua primeira audiência pública está marcada para o próximo dia 5 de agosto.

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