Terça, 30 Abril 2024

Prefeitura de Vitória vai elaborar inventário dos gases de efeito estufa

Prefeitura de Vitória vai elaborar inventário dos gases de efeito estufa

A Prefeitura de Vitória irá realizar seu inventário de emissões dos gases de efeito estufa. O anúncio foi feito pelo secretário municipal de Meio Ambiente, Cleber Guerra, após participação no Seminário Nacional de Mudanças Climáticas e no Encontro de Secretários de Meio Ambiente, realizados em São Paulo. Para isso, Guerra pretende assinar  um protocolo de intenções com a Secretaria de Meio Ambiente do Rio de Janeiro.



O Rio de Janeiro é a capital estadual pioneira na elaboração desse plano e, por isso, servirá de exemplo para a elaboração do inventário de Vitória. O secretário afirmou que, no momento, o foco de sua pasta é assinar o termo de cooperação técnica com a Secretaria do Rio, para disponibilização dos técnicos que irão capacitar a equipe destinada a trabalhar no projeto local, o que deve ocorrer em junho próximo, durante um seminário. Para ele, o trabalho pela redução dos gases poluentes que contribuem para o aquecimento global se torna fundamental, à medida que a população passa a ser acometida por uma série de fenômenos extremos, como o excesso ou a falta de chuvas.



Guerra informou não saber ainda detalhes sobre a metodologia utilizada na elaboração desse inventário. Entretanto, destaca que o estudo elaborado na cidade do Rio de Janeiro possui a identificação de todas as fontes emissoras dos gases de efeito estufa. Ações das empresas, o tratamento e gerenciamento de resíduos sólidos e as emissões veiculares são pontos importantes que devem ser destaques no inventário de Vitória, como pontuou. Com o diagnóstico das principais fontes emissora dos gases de efeito estufa, o secretário garante que a Prefeitura poderá estabelecer prioridades para o controle dessas emissões e consolidar políticas públicas. 



José Marques Porto, do grupo SOS Espírito Santo Ambiental, considera a elaboração do inventário em Vitória uma iniciativa inédita no Estado e o primeiro passo para que seja formulada uma Política Municipal a respeito dos gases de efeito estufa, uma demanda mundial que se relaciona diretamente com as mudanças climáticas. O ambientalista acredita que, assim, a Capital do Estado poderá passar a ser um município competitivo diante das demais localidades, para as empresas de real prática sustentável e que buscam se adequar às metas de redução de emissões. 



Mas alerta sobre a necessidade de o inventário ser elaborado de forma efetiva, o que inclui a participação ativa da sociedade civil e a proposição de debates, além da adequação dos valores estabelecidos a nível municipal com as metas mundiais pela redução das emissões, prazos bem definidos e valores acordados entre sociedade civil, poder público e empresas poluidoras. Ao contrário da Política Estadual de Mudanças Climáticas (Lei n. 9.531, de 17 de setembro de 2010), que não pontua nenhuma dessas questões.



Porto ressalta que a política do governo do Estado advogou em favor das poluidoras, sem apontar para uma redução consensual nas emissões e sem ter havido qualquer tipo de debate com a sociedade civil. Se a política municipal for realizada em consonância com os anseios da sociedade civil, ressalta, acontecerá uma mudança obrigatória no processo de produção das grandes poluidoras do município, sobretudo a Vale, que deverá rever desde a sua matriz energética e métodos de contenção de poluentes, como a implantação de filtros de chaminés mais modernos e eficientes e a instalação de domus, sistema de enclausuramento total dos pátios de estocagem, e sistema de transporte do minério de ferro.



No Espírito Santo, além da Vale, contribuem para o aquecimento global principalmente a ArcelorMittal, Samarco Mineração e Aracruz Celulose (Fibria), com suas emissões de poluentes. 

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